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segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Alienista IV








A exemplo de uma fábula,os acontecimentos aqui narrados  ilustram, simbolizam e criticam os valores da sua época

Simão Bacamarte, médico formado em Portugal, instala-se em Itaguaí, no interior do Rio de Janeiro com o objetivo de estudar a loucura e sua classificação. Ou como ele próprio dizia: "A ciência, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo." Vem daí a sua idéia de confinar os loucos no mesmo local. 

Com apoio da Câmara Municipal, constrói um hospício, designado pelo nome de Casa Verde. Num primeiro momento, Bacamarte confina os loucos mansos, os furiosos e os monomaníacos, isto é, aqueles que a própria comunidade julgava perturbados. Num segundo momento, após muitas leituras e meditações científicas, o Dr. Bacamarte comunica a seu melhor amigo, o boticário Crispim Soares, a idéia de que "a loucura era até agora uma ilha perdida no oceano da razão;" e que ele começava a suspeitar que ela fosse um continente...

A partir de então o alienista (médico de alienados mentais) põe-se a levar para a Casa Verde cidadãos estimados e respeitados em Itaguaí. Pessoas aparentemente ajuizadas, mas que, segundo as teorias do cientista, revelavam distúrbios mentais. O terror se dissemina na pequena cidade. Ninguém mais sabe quem está são ou quem está doido. Atemorizados, os que ainda não tinham sido conduzidos para o hospício tramam uma rebelião.

A revolta dos Canjicas -

O barbeiro Porfírio, cujo apelido era Canjica, passa por cima da Câmara de Vereadores, que não ousa indispor-se com o alienista, e marcha à frente de uma multidão, rumo à Casa Verde. 

O levante popular - que mais tarde ficaria conhecido como a revolta dos Canjicas -devido ao apelido de seu lider - termina em frente ao hospício. O Dr. Bacamarte recebe a massa rebelada com a autoridade e a coragem do grande cientista que julga ser, deixando o povo perplexo com sua serena superioridade intelectual. Nesse momento, chegam a Itaguaí os dragões (soldados) do Rei, para restaurar a ordem. No meio da confusão, os dragões acabam aderindo aos revoltosos e a revolução triunfa, tendo o barbeiro Porfírio como chefe.

Em seguida, Porfírio procura o Dr. Simão Bacamarte e diz que não pretende mais destruir o hospício. Que bastava uma revisão nos conceitos de loucura do médico, liberando os enfermos que estavam quase curados e os maníacos de pouca monta. Que isso bastaria ao povo. O alienista ouve o barbeiro, fazendo-lhe algumas perguntas sobre o que tinha acontecido nas ruas e conclui que também o líder dos Canjicas estava louco, assim como aqueles que o aclamavam. Em cinco dias, o Dr. Bacamarte mete na Casa Verde cerca de cinquenta adeptos do novo governo, gerando outra grande indignação popular, que só termina quando entra na vila uma força militar, enviada pelo vice-rei.

A partir daí há uma "coleta desenfreada" para o hospício.A partir daí há uma "coleta desenfreada" para o hospício. Quase ninguém escapa. Tudo é loucura para o Dr. Bacamarte. O barbeiro, o boticário Crispim, o presidente da Câmara e a ...


Pois é , meninos e meninas , vale a pena ler o final.Essa história é uma crítica ao comportamento humano , à hipocrisia social ( falsidade) e mostra que , dependendo do ponto de vista que assumimos, a loucura e a razão podem ter muitas faces.

Ainda não acabou. O final é perfeito, vale a pena ler.

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