Powered By Blogger

terça-feira, 8 de março de 2011

O Conto II -Teoria.


Continuação...

Começo e Epílogo no Conto


O cuidado do contista está mais em como iniciar a narrativa, pois das primeiras linhas depende o futuro do conto, do que em terminar. Se o leitor se deixa prender desde o começo, certamente irá até o fim; do contrário esmorece e passa adiante. Acontecendo muito próximos o começo e o fim, o contista não pode perder tempo em delongas, então o epílogo se incrusta na introdução e atraído pelo mistério intuído o leitor vai em busca do final dramático que desconhece, que mal pode imaginar, mas que lhe põe a sensibilidade em sobressalto.

Como a fabulação começa próxima do fim há grande importância em como mostrar o passado anterior ao fato para justificar as páginas seguintes. O contista não pode deter-se no início em prejuízo do restante. Não há que perder tempo em principiar, já que se está orientado para um fim que de súbito se anuncia, num movimento acelerado que oferece ao leitor uma impressão instantânea de drama, de luz ou de som.

O epílogo pode ser enigmático, imprevisível, surpreendente e destituído de enigma surpresa ou imprevisto (conto moderno), mas mesmo nesse caso se respeitam as características fundamentais do conto.

Como fiapos de arte e de vida a imagem da existência fornecida pelo conto é fragmentária e por vezes excessivamente densa. O que o leitor procura no conto é o desenfado e o deslumbramento perante o talento que alcança pôr em reduzidas páginas, tanta humanidade em drama. (Moisés, p.142-3).

Cabe ressaltar que no prefácio, o autor expõe que a obra em questão não é propriamente uma obra de Teoria Literária; o escopo da obra era oferecer ao leitor uma iniciação, uma introdução ao exame de alguns problemas fundamentais de teoria e filosofia da literatura.



MOISÉS, Massaud. A Criação Literária. São Paulo: Melhoramentos, 1973, pp.119 a 143.

Nenhum comentário:

Postar um comentário