Powered By Blogger

domingo, 13 de março de 2011

Roteiro de estudo para a prova mensal-1°tri-Nonos anos.


Analisando o Caderno de Contos...


Ler uma história bem escrita é desfrutar do prazer de conhecer os meandros de uma trama bem urdida , da alma humana e suas características , nem sempre positivas. Analisar a mesma história é entender sua criação , de que maneira ela se processou e que elementos o autor utilizou para se comunicar com o leitor.

Depois da leitura dos contos :
Vestida de Preto,
A Causa Secreta,
O gato preto e
Gaetaninho,
podemos fazer algumas considerações úteis para um estudo sobre eles:

1-Quando se pretende analisar um conto,é preciso determinar o foco narrativo. Aos narradores chamamos “ pessoas do discurso”. Quem conta a história? O personagem principal-1° pessoa? Um personagem secundário que dela participa como observador? Ou o autor- em 3° pessoa – *onisciente?
*onisciência: s.f. Saber absoluto; conhecimento de tudo.
Você tem à sua disposição 4 contos : avalie o foco narrativo de cada um deles.


2-Toda história precisa ter começo , meio e fim para que seja compreendida. Essa sequência é o que chamamos de linear – a ordem é direta. Porém, há contos memoráveis, em que a história se passa em *flashback.
*Flashback é uma interrupção na sequência temporal de um filme, história narrada ou peça de teatro, que leva a narrativa de volta no tempo a partir do ponto em que a história chegou, a fim de apresentar o relato de eventos passados. Realiza-se da seguinte maneira: a ação do presente é interrompida de forma instantânea e uma cena anterior é mostrada ao espectador ou leitor. A técnica é usada para criar um suspense ou um efeito dramático mais forte na história, ou ainda, para desenvolver um personagem.
Observe se algum dos contos que você analisou está em flashback.


3-O que leva o leitor a querer ler uma obra é, sem dúvida, um conjunto de fatores, mas personagens bem construídos são determinantes para instigar alguém à leitura, principalmente se as características psicológicas predominarem sobre as físicas.
Nos contos estudados os personagens são muito ricos quanto à sua construção de caráter e identidade moral. Procure compará-los e encontrar pontos de identidade/diferenças entre eles.


4-Toda história tem um *clímax.
*Clímax, numa narrativa, é o ponto alto de tensão do drama.A partir daí , o conto toma rumos que podem surpreender o leitor.Porém , há aqueles que nos surpreendem pelo **Anticlímax: desfechos que quebram a expectativa que o próprio enredo provoca no leitor.
Observe os contos lidos, determine o clímax ou anti-clímax de cada um deles.


5- O espaço e o tempo em que a ação transcorre é de fundamental importância, dependendo da história que se narra. Quando os personagens são densos psicologicamente, o espaço interior predomina sobre o exterior.Isso fica claro em “A causa secreta “.Porém , o mesmo não ocorre em “Gaetaninho”.
Observe o exposto acima nos contos citados. Fale sobre o espaço e o tempo em que as 4 narrativas se desenvolvem.

6- Sem dúvida alguma , sempre que se analisa uma obra, pergunta-se : sobre o que ela fala? Qual é o tema ( assunto) central desenvolvido nela?
Procure definir o tema de cada um dos contos que você leu.


É claro que não se esgota a análise de uma obra apenas pelos itens supracitados, mas eles são suficientes para que se tenha uma visão geral de que escrever é uma arte e requer cuidado e talento.

Espero tê-los ajudado, meninos(as).O que ainda falta está em suas mãos: estudar!
Boa prova!



OBS importante : A teoria aprofundada sobre o assunto encontra-se exposta nos dois posts anteriores a esse. E todos os contos foram devidamente esmiuçados em postagem individual -em sequência-para cada um deles.

terça-feira, 8 de março de 2011

O Conto II -Teoria.


Continuação...

Começo e Epílogo no Conto


O cuidado do contista está mais em como iniciar a narrativa, pois das primeiras linhas depende o futuro do conto, do que em terminar. Se o leitor se deixa prender desde o começo, certamente irá até o fim; do contrário esmorece e passa adiante. Acontecendo muito próximos o começo e o fim, o contista não pode perder tempo em delongas, então o epílogo se incrusta na introdução e atraído pelo mistério intuído o leitor vai em busca do final dramático que desconhece, que mal pode imaginar, mas que lhe põe a sensibilidade em sobressalto.

Como a fabulação começa próxima do fim há grande importância em como mostrar o passado anterior ao fato para justificar as páginas seguintes. O contista não pode deter-se no início em prejuízo do restante. Não há que perder tempo em principiar, já que se está orientado para um fim que de súbito se anuncia, num movimento acelerado que oferece ao leitor uma impressão instantânea de drama, de luz ou de som.

O epílogo pode ser enigmático, imprevisível, surpreendente e destituído de enigma surpresa ou imprevisto (conto moderno), mas mesmo nesse caso se respeitam as características fundamentais do conto.

Como fiapos de arte e de vida a imagem da existência fornecida pelo conto é fragmentária e por vezes excessivamente densa. O que o leitor procura no conto é o desenfado e o deslumbramento perante o talento que alcança pôr em reduzidas páginas, tanta humanidade em drama. (Moisés, p.142-3).

Cabe ressaltar que no prefácio, o autor expõe que a obra em questão não é propriamente uma obra de Teoria Literária; o escopo da obra era oferecer ao leitor uma iniciação, uma introdução ao exame de alguns problemas fundamentais de teoria e filosofia da literatura.



MOISÉS, Massaud. A Criação Literária. São Paulo: Melhoramentos, 1973, pp.119 a 143.