tag:blogger.com,1999:blog-70697851748703288102024-02-18T23:41:29.636-08:00Arte&Estilo“As palavras têm sexo. Amam-se umas às outras. E casam-se. O casamento delas é o que chamamos de estilo”. ( Machado de Assis)GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.comBlogger87125tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-2363551769868509552012-08-25T09:18:00.002-07:002012-08-25T09:19:14.584-07:00" As palavras têm temperatura".<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://danielcohen.zip.net/images/palavras.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://danielcohen.zip.net/images/palavras.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<strong><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif";"><br /></span></strong></div>
<div class="MsoNormal">
<strong><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif";">Já me senti assim inúmeras vezes...tantas que nem sei enumerá-las.Mas, apesar de adentrar livrarias,adquirir montanhas de livros que falam comigo, jamais desisti de uma sala de aula. Essa é minha modesta contribuição para a vida:formar leitores e - tentar- abrir a alma de jovens para o mundo da literatura que é tão especial.</span></strong></div>
<div class="MsoNormal">
<strong><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif";"><br /></span></strong></div>
<div class="MsoNormal">
<strong><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif";">Esse texto ( abaixo) da Claudia Lage é magistral.</span></strong></div>
<div class="MsoNormal">
<strong><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif";">Os grifos são nossos.</span></strong></div>
<div class="MsoNormal">
<strong><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif";"><br /></span></strong></div>
<div class="MsoNormal">
<strong><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif";">Pão e Poesia</span></strong><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif";"><br />
<br />
</span><em><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 11.0pt;">Na minha escola havia uma matéria chamada
"Biblioteca", adorada por todos os alunos. O motivo de tanta adoração
não é esse que a nossa esperança literária acalenta, o amor pela leitura. Era
de outra ordem: o amor pelo ócio. Ou melhor, pela liberdade, para não soarmos
tão vagabundos. Durante uma hora, não precisávamos copiar textos do quadro, nem
fazer exercícios, nem decorar regras e sistemas, nem nada. Estávamos livres.
Era assim, ao menos, que a maioria compreendia a matéria. Íamos para a
biblioteca, e folheávamos revistas, e batíamos papo, e cantávamos baixinho, e
dormíamos. Ler? Ah, sim, estávamos rodeados de livros. Havia inclusive uma
simpática bibliotecária que sempre nos perguntava, "O que vocês vão ler
hoje?". A maioria mostrava, sorridente, uma revista: de quadrinhos, de
cinema, de fofocas. A simpática bibliotecária balançava a cabeça, em reprovação
afetuosa, e seguia adiante. Quando passava por mim, piscava o olho e me dizia
baixinho, "Chegou aquele livro de poesia", tão baixinho que só eu
ouvia, só eu era atingida por aquela rajada de vento entre as mesas da
biblioteca, naquela hora repleta de risadas abafadas e sussurros
incontroláveis. O livro em questão era da Cecília Meireles. Na época, eu estava
mortalmente apaixonada por um menino da escola. E como o menino nem desconfiava
da minha existência, eu acabei mais apaixonada ainda, pela poesia. </span></em><strong><i><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 11.0pt;">"Procurei-te
em vão pela terra, perto do céu, por sobre o mar. Se não chegas nem em sonho,
por que insisto em te imaginar?", </span></i></strong><em><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 11.0pt;">era o
verso do poema Meu sonho, de Cecília, que eu repetia e repetia e repetia sem
cansaço nem descanso. Era uma música, para mim. Com o mesmo poder melódico de
me transportar, comover e transformar. De alegre, ficava triste. De tanta
tristeza, me alegrava.</span></em><i><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 11.0pt;"><br />
<br />
<em>Em outra aula, a bibliotecária
simpática não me viu mais entre as risadas e as revistas. Lá estava eu entre as
estantes, menina arrastando pernas e esperanças, diante de uma plaquinha na qual estava escrito "Poesia
brasileira". Havia pego por acaso um livro. "</em><strong>Amar o perdido/ deixa confundido/ este
coração." </strong><em>E
por acaso os meus olhos haviam caído naquela página.</em><strong> "As coisas tangíveis/ tornam-se
insensíveis/ à palma da mão."</strong><em> E lia palavras que eu não entendia imediatamente o
significado (o que é tangível?, perguntei à minha mãe naquela noite, durante o
jantar), mas as entendia completamente numa outra ordem de entendimento. Numa
ordem esquisita de taquicardia e ardor no rosto. </em><strong>"Mas as coisas findas/ muito mais
que lindas/ essas ficarão."</strong><em> De onde estava, a bibliotecária simpática não podia ver: eu
suspirava. Lendo Memória, poema de Carlos Drummond de Andrade, eu esquecia aos
poucos o menino da escola, mas acendia e reacendia eternamente o meu amor.
Assustada, compreendi, também numa outra ordem de compreensão (de mãos frias e
tropeços ofegantes) que<u> as palavras têm temperatura. </u></em><u><br />
<em>Elas esquentam e esfriam como
qualquer coisa viva.</em></u></span><em><br />
<br />
</em></i><em><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 11.0pt;">Anos depois, quando eu não freqüentava mais a aula de
"Biblioteca", mas um cursinho pré-vestibular, me deparei com o mesmo
Carlos Drummond de Andrade, numa livraria. </span></em><strong><i><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 11.0pt;">"Amor
é privilégio dos maduros", </span></i></strong><em><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 11.0pt;">dizia o poema Amor e seu
tempo, que eu li aterrada, entre as estantes, pensando no meu primeiro
namorado. </span></em><strong><i><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 11.0pt;">"Estendidos na mais estreita cama</span></i></strong><em><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 11.0pt;">", o
poeta cantava, e eu me perguntava, como seria aquele amor maduro, que acontecia
à mulher e ao homem depois de tantos outros. Eu estava na idade em que, se
tratando do amor e de outras eloqüências, quase tudo era pela primeira vez. </span></em><strong><i><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 11.0pt;">"Roçando,
em cada poro, o céu do corpo"</span></i></strong><em><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 11.0pt;">, passei
noites insones repetindo, sem saber na época, que se tratando de amores, a
primeira descoberta é entrada para as outras. Que ficaríamos sempre nesse ciclo
interminável de inícios e fins, num eterno movimento de cobrir e descobrir. </span></em><strong><i><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 11.0pt;">"Amor
é o que se aprende no limite", </span></i></strong><em><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 11.0pt;">aprendi,
mais tarde, no espanto de ver se concretizar em mim o poema, como a realização
de uma profecia. Mas não é isso que nos fazem os versos? Nos tiram de um lugar
em nós mesmos para nos devolver depois, desordenados, e ao mesmo tempo, mais
inteiros?</span></em><i><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 11.0pt;"><br />
<br />
<em>Comecei a perder a memória
poética quando entrei para a Faculdade de Letras. Precisava de tempo para
estudar literatura, teoria literária e outras disciplinas que enchiam as minhas
prateleiras de livros. Livros sobre algum escritor, ou algum movimento
literário, ou alguma teoria, ou algum teórico, ou a respeito de certo aspecto
da literatura tal destrinchado por, ou a obra de um escritor de acordo com, ou
fragmentos de comentados por, ou ensaios de sobre. Quando me formei, já não
conseguia mais repetir de coração nenhum poema. Um único verso que fosse, eu
não sabia. Afinal, era uma moça estudada. Foi uma pessoa que não lembro agora,
provavelmente alguém desavisado, que me presenteou, na minha formatura, com um
livro de poesia. </em><strong>"Da
primeira vez em que me assassinaram", </strong><em>li, trêmula, com o diploma nas mãos. E
agora? Eu perguntava, apertando com força Mario Quintana. Só então eu percebia
que algo precioso havia se escapado de mim. E agora? Formada, fui dar aulas de
literatura brasileira para o Ensino Médio, com a viva esperança de trabalhar
com a leitura e a escrita. No entanto, apenas um semestre foi o suficiente para
me desesperançar. </em><strong>"Da
primeira vez em que me assassinaram", </strong><em>repeti o verso de Quintana, assim que saí
da sala, após a prova na qual era muito importante saber qual era o período
literário representado por Cecília Meireles, </em><strong>"perdi o jeito de sorrir que eu
tinha", </strong><em>e
se Carlos Drummond de Andrade podia ser considerado modernista, </em><strong>"Depois, de cada vez que me mataram/
foram levando qualquer coisa minha.../</strong><em>". Quando saí desse emprego, fiquei
rodando horas pela cidade até me deparar enfim com uma livraria. Entrei,
sôfrega. "Poesia", pedi ao livreiro, como se pedisse num bar uma
bebida. </em><strong>"Com
pedaços de mim monto um ser atônito</strong><em>", era o Manoel de Barros que me falava. Li e reli o
verso, sorvendo das palavras o espanto, a alegria, a angústia de uma menina na
biblioteca, o pousar de mãos de um senhor em seus cabelos brancos, o saltitar
de um menino atravessando a rua, a moça que, de brincadeira, se escondia do
namorado. </em><strong>"Eu
tinha mais comunhão com as coisas do que comparação</strong><em>", o poeta cantava, e eu repetia,
repetia. Tentava recuperar algo que sentia perdido, e que talvez só a poesia...
Talvez, uma capacidade de me enternecer.</em></span></i><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 11.0pt;"><br />
<br />
<strong>Claudia Lage </strong>in<br />
Rascunho – O Jornal da Literatura no Brasil.</span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-59564110364285343992012-04-06T13:29:00.000-07:002012-04-06T13:30:28.474-07:00TUPI OR NOT TUPI THAT IS THE QUESTION<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://flanelapaulistana.files.wordpress.com/2008/01/abaporu.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://flanelapaulistana.files.wordpress.com/2008/01/abaporu.jpg" width="272" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 10pt;">ABAPORU :óleo sobre tela / 85 x 73 cm-Col.Particular /Argentina<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 10pt;">TARSILA DO AMARAL<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: white; font-family: Arial; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt;">-</span><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><i>ABAPORU</i></span></b><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><i>- <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><i>A tela de <b>Tarsila do Amaral</b>, um dos grandes nomes
do movimento artístico, ficou para a
história do Modernismo graças à sua alusão direta à Antropofagia (em
tupi-guarani, Abaporu significa <b>'homem
que come'</b>), <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><i>A tela foi
um presente de Tarsila para seu marido, Oswald, por ocasião de seu aniversário
em janeiro de 1928. <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://nversoseditora.files.wordpress.com/2012/02/01196449700.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="274" src="http://nversoseditora.files.wordpress.com/2012/02/01196449700.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Oswald
de Andrade<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial;"> MOVIMENTO ANTROPOFÁGICO<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Só a
Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Única lei no
mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos., de todos os
coletivismos.De todas as religiões.De todos os tratados de paz.<b><o:p></o:p></b></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span lang="EN-US"><i><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></i></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span lang="EN-US"><i><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Tupi or not tupi
, that is the question.<o:p></o:p></span></i></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Contra todas as catequeses.
E contra a mãe dos Gracos. (...)</span></i><span style="font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<br />GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-11566305349057892382012-03-28T12:24:00.001-07:002012-03-28T12:26:38.944-07:00A cartomante - comentários críticos.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC58PPSbnhgH2FtFAwF3wJwyiV-QXQOaxIAED4N3aF69hHQDWi4tzCdBvzbrt7x4lf7XnUtncrvk0ZDPuiCle3Z7E8m8dTH9MKbAYK7ZfhNL8cjNBWGDKXqUQ7fOTSabWpvAZLsqz8QOV1/s1600/Fernanda+Lobo+A+Cartomante+mesa+inteira.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC58PPSbnhgH2FtFAwF3wJwyiV-QXQOaxIAED4N3aF69hHQDWi4tzCdBvzbrt7x4lf7XnUtncrvk0ZDPuiCle3Z7E8m8dTH9MKbAYK7ZfhNL8cjNBWGDKXqUQ7fOTSabWpvAZLsqz8QOV1/s320/Fernanda+Lobo+A+Cartomante+mesa+inteira.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">Os contos <b>de <i>Várias
Histórias</i></b> (<b> Machado de Assis</b>)constituem rico material para um estudo da psicologia do
homem e de como ele se comporta no grupo em que vive. Vemos neles a análise das
fraquezas humanas, norteadas muitas vezes pela preocupação com a opinião
alheia. Em inúmeros casos as personagens fazem o mesmo que nós: mentem, usam
máscaras, para não entrar em conflito com o meio em que estão e, portanto,
conviver em sociedade. O pior é que levam tão a sério essa máscara que chegam
até a enganar a si mesmas, acreditando nela como a personalidade real.</span><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">Por causa desses elementos
temáticos, notamos uma peculiaridade nos contos machadianos. Esse gênero,
graças à sua brevidade, dá, por tradição, forte atenção a elementos narrativos.
Não há espaço, pois, para digressões, tudo tendo de ser rápido e econômico. No
entanto, no grande autor em questão o mais importante é o psicológico, o que
permite caminho para características marcantes do escritor, como
intertextualidade, metalinguagem e até a digressão, entre tantas, tornando a
leitura muito mais saborosa.</span><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">“A Cartomante” </span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">–</span></b><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">Rita,
dotada de espírito ingênuo, havia consultado uma cartomante, achando que seu
amante, Camilo, deixara de amá-la, já que não visitava mais sua casa.
Tranqüilizada pela cartomante, faz-se um <i>flashback</i> que vai explicar como
se montou tal relação. Camilo era amigo, desde longínqua data, de Vilela.
Tempos depois, este se casa com Rita. A amizade estreita a intimidade entre
Camilo e Rita, ainda mais depois da morte da mãe dele. Quando sente sua atração
pela esposa do amigo, tenta evitar, mas, enfim, cai seduzido. Até que recebe
uma carta anônima, que deixava clara a relativa notoriedade da sua união com a
esposa do seu amigo. Temeroso, resolve, pois, evitar contato com a casa de
Vilela, o que deixa Rita preocupada. Terminada essa recapitulação, vai-se para
a parte crucial do conto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">Camilo recebe um bilhete
de Vilela apenas com a seguinte mensagem: “Vem já, já”. Seu raciocínio lógico
já faz desconfiar que o amigo havia descoberto tudo. Parte de imediato, mas sua
carruagem fica presa no trafego por causa
de um acidente. Nota uma estranha coincidência: está parado justamente
ao lado da casa da cartomante. Depois de um intenso conflito interior, decide
consultá-la. Seu veredicto é dos mais animadores, prometendo felicidade no
relacionamento e um futuro maravilhoso. Aliviado, assim como o tráfego, parte
para a casa de Vilela. Assim que foi recebido, pôde ver, pela porta que lhe é
aberta, além do rosto desfigurado de raiva de Vilela, o corpo de Rita sobre o
sofá. Seria, portanto, a próxima vítima do marido traído.</span><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; padding: 1.0pt 4.0pt 1.0pt 4.0pt;">
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-padding-alt: 1.0pt 4.0pt 1.0pt 4.0pt; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">Note neste conto a
estrutura em anticlímax, pois tudo nele (já a partir da citação inicial da
famosa frase de Hamlet: <i>“há mais cousas no céu e na terra do que sonha a nossa
filosofia”</i>) nos prepara para um final em que o misticismo, o mistério
imperaria. No entanto, seu final é o mais realista e lógico, já engendrado no
próprio bojo do conto. Reforça esse aspecto o ritmo da narrativa, que é lento
em sua maioria, contrastando com seu desfecho, por demais abrupto. E não se
esqueça da presença de um quê de ironia nesse contraste entre corpo da
narrativa e o seu final.<b><o:p></o:p></b></span></div>
</div>
<span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;"> </span>GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-5133297709325082242011-08-23T08:58:00.000-07:002011-08-23T09:04:40.525-07:00Um clássico : Tom Jobim<div class="Section1"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiSad9ncWe5xMPQ36xbrCpC78H2edaBpbtg4Z8j8YU6fAK_wUUf8MtjLppwiUuNJq8yEDAe8Ehg5C3Ya9GgU5Xqy3E3yFtxwLIRdm9Sq_9eIbNmu85KZUFuRKHsthZo3Mt2sFh-A6k_LTq/s1600/%25C3%2581guas+de+Mar%25C3%25A7o.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="262" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiSad9ncWe5xMPQ36xbrCpC78H2edaBpbtg4Z8j8YU6fAK_wUUf8MtjLppwiUuNJq8yEDAe8Ehg5C3Ya9GgU5Xqy3E3yFtxwLIRdm9Sq_9eIbNmu85KZUFuRKHsthZo3Mt2sFh-A6k_LTq/s320/%25C3%2581guas+de+Mar%25C3%25A7o.JPG" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"><i><b>De mim para você...</b></i></div><div class="MsoNormal"><i><br />
</i></div><div class="MsoNormal"><i>Ao criarmos um blog, sempre temos um objetivo, mas nunca conseguimos imaginar até que ponto ele vai, e quantas pessoas ele pode atingir.</i></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><i>Quando criei esse espaço tinha em mente facilitar o estudo da literatura, obviamente visando alunos cuja dificuldade era previsível, porque <b>quem não lê, não pode entender nem literatura, nem a vida e muito menos o mundo em que vive.</b> Mas semeei em terreno árido. As sementes não germinaram, nem quero aqui discutir o porquê. Seria enorme perda de tempo. Além do que é generalização, e há exceções que quero preservar.</i></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><i>A pausa foi reflexiva , confesso, nem tive vontade de voltar , mas...inacreditavelmente recebi muitos emails e recados em outros blogs, de professores e alunos do EM e de Universidades ( Letras , em especial) , distantes e próximos, aos quais as postagens se mostraram úteis e oportunas.</i></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><i>Assim, volto agora, com a certeza de atingir aqueles que me darão muito prazer e muita alegria, e com quem posso dialogar, APRENDER SEMPRE ...porque quando nos relacionamos com as pessoas certas temos muito a aprender.</i></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><b>Assim, um clássico...poesia e música:<o:p></o:p></b></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="color: blue; font-family: Verdana; font-size: 10pt;">Águas de Março, <a href="http://www.jobim.com.br/"><b><span style="text-decoration: none;">Tom Jobim</span></b></a>:</span><span style="color: black; font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">Tom fez Águas de Março no sítio da família em Poço Fundo, estado do Rio de Janeiro, em março de 1972. A propriedade estava passando por uma pequena reforma, que consistia basicamente no reforço de um muro. Chovia muito, e a estradinha que levava ao sítio estava enlameada. Neste ambiente de obra, chuva, e lama, Tom escreveu a letra e a música. No folheto que acompanhou a primeira gravação da música, lançada em um encarte da revista "O Pasquim" em 1972, Tom diz que foi inspirado pelos versos iniciais de Olavo Bilac em "O Caçador de Esmeraldas": <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">"Foi em março, ao findar das chuvas, quase à entrada<br />
Do outono, quando a terra, em sede requeimada,<br />
Bebera longamente as águas da estação<br />
Que, em bandeira, buscando esmeraldas e prata<br />
À frente dos peões filhos da rude mata<br />
Fernão Dias Paes Leme entrou pelo sertão."<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: -36.0pt; margin-right: -26.1pt; margin-top: 0cm;"><br />
</div></div><b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><br clear="all" style="mso-break-type: section-break; page-break-before: auto;" /> </span></b> <br />
<div class="Section2"><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt;"><b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">Águas De Março - <i>Tom Jobim </i></span></b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><br />
<br />
É pau, é pedra, é o fim do caminho <br />
É um resto de toco, é um pouco sozinho <br />
É um caco de vidro, é a vida, é o sol <br />
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol <br />
<br />
É peroba do campo, é o nó da madeira <br />
Caingá, candeia, é o Matita Pereira <br />
É madeira de vento, tombo da ribanceira <br />
É o mistério profundo, é o queira ou não queira <br />
<br />
É o vento ventando, é o fim da ladeira <br />
É a viga, é o vão, festa da cumeeira <br />
É a chuva chovendo, é conversa ribeira <br />
Das águas de março, é o fim da canseira <br />
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira <br />
Passarinho na mão, pedra de atiradeira <br />
<br />
É uma ave no céu, é uma ave no chão <br />
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão <br />
<br />
É o fundo do poço, é o fim do caminho <br />
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho <br />
É um estrepe, é um prego, é uma conta, é um conto <br />
É um pingo pingando, é uma ponta, é um ponto <br />
<br />
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando <br />
É a luz da manhã, é o tijolo chegando <br />
<br />
É a lenha, é o dia, é o fim da picada <br />
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada <br />
<br />
É o projeto da casa, é o corpo na cama <br />
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama <br />
<br />
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã <br />
É um resto de mato, na luz da manhã <br />
São as águas de março fechando o verão <br />
É a promessa de vida no teu coração <br />
<br />
É pau, é pedra, é o fim do caminho <br />
É um resto de toco, é um pouco sozinho <br />
<br />
É uma cobra, é um pau, é João, é José <br />
É um espinho na mão, é um corte no pé <br />
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã <br />
É um belo horizonte, é uma febre terçã <br />
<br />
São as águas de março fechando o verão <br />
É a promessa de vida no teu coração<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: -36.0pt; margin-right: -26.1pt; margin-top: 0cm;"><br />
</div></div><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">São coisas que pouca gente observa, mas há certas melodias que se casam tão bem com suas letras que uma praticamente não existe sem a outra. Pode ser questão de costume, pode ser questão de técnica, pode ser que o clima que a melodia dá valoriza a letra, e vice-versa. Enfim, é tudo isso e mais um pouco. </span><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">Tentar explicar isso, ou melhor, tentar equacionar tudo isso é como dizer que basta seguir algumas regras que qualquer casamento pode ser perfeito. E falo de casamento mesmo, homem e mulher deixando pai e mãe e constituindo um novo lar. O que faz com que um casamento dê certo? </span><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">O que faz com que uma música se case bem com sua letra? </span><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">Tenho sempre comigo alguns conceitos, que me ajudam na hora da necessidade, e diante do desafio de ser alguém que tenta escrever e compor. </span><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><br />
</span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">É um casamento entre a letra e a música </span></b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">E um bom casamento é aquele onde os indivíduos deixam de ser filho e filha, homem e mulher, e tornam-se ambos uma só carne. Inseparáveis. Assim é bom que seja com uma letra e uma música. Um nem precisa dizer o que quer, que o outro já entendeu. Um segue o outro o tempo todo. Se a melodia dá um clima de desfecho, a letra vai junto. Se é hora de falar sério, a música respeita. Se é hora de pular, a letra salta na frente.</span><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"> A melodia obedece a um padrão descritiva, falando do fim do verão, uma época de chuvas e cheia de rios, enchentes, etc. E o que faz a letra? Fica o tempo todo descrevendo o ambiente, em uma pulsação poética onde as palavras parecem pingar como a chuva. A letra quase que faz a gente sentir o cheiro de terra molhada, ouvir o som da chuva. Coisa de mestre. </span><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><br />
</span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">Nenhum casamento nasce feito – mas começa de um compromisso em fazer certo, e bem feito </span></b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">Melodias e letras são mutáveis, e podem curvar-se uma à outra para privilegiar o produto final. Mas lamento notar uma coisa no universo das composições. Parece que há, em certos casos, um compromisso de fazer rápido e mais, mas não bem feito. Resultado? Uma montanha de músicas falando sempre a mesma coisa. As melodias mudam, mas o assunto... </span><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">É muito comum ver, em igrejas, gente que compõe. São músicos, artistas, que tem técnica para compor, mas parece que tem pouco para falar. Aí, para não perder a “música legal” que fizeram, começam a ver se não dá pra encaixar um salmo, ou um versículo, ou “uns aleluias”, uns “santo, santo, santo”, enfim, clichês em geral. Assim nascem algumas barbaridades. </span><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">Respeitando um ao outro, e fazendo valer o compromisso </span></b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">Sempre há jeito. Sempre há soluções melhores do que desistir. Toda melodia merece uma letra que presta, e toda letra que presta merece uma melodia que a carregue adiante. Não é assim com casamento? Nem todo dia há paixão. Também há supermercado e fraldas sujas. Mas o compromisso assumido deve valer para a vida toda. </span><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">Composição? Esqueça o romantismo. O letrista é um poeta só na idéia que se faz dele, pois na prática tanto o poeta como o letrista suam a camisa para terminar a obra. Toda composição é, enfim, 1% de inspiração e 99% (ou mais) de transpiração. </span><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><br />
</span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">Regras? Ora, se os grandes artistas só fossem seguir regras, o que seriam das obras primas? </span></b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">Casar uma letra com uma música é muito mais sentimento do que técnica. Voltando ao exemplo do Tom Jobim lá do início, tenho a impressão que uma letra como aquela só se faz cantando, tocando, rabiscando, alterando, testando, experimentando, mexendo aqui e alí, até a hora em que o autor “sente” que está bom. Não pergunte a ele o que é, mas confie que ele sabe. </span><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><br />
</span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">Mas que elas existem, existem </span></b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">Todo compositor tem uma lição de casa para fazer. Quem compõe música tem que ouvir muito mais do que compor. E quem escreve letras, tem que ler muito mais do que escrever (eu me arrisco a dizer que deve-se ler 10 vezes mais do que se escreve). Como bem se diz: “<b>quem pouco lê, pouco entende, pouco fala, pouco vê” </b></span><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">Quem escreve tem que saber o idioma em que escreve. Quem compõe precisa ter um mínimo de conhecimento musical para saber se expressar. Enfim, há arte, mas toda arte requer um grande volume de esforço. Aos que pensam que compor é coisa simples digo que “os vagabundos que me perdoem, mas suor é fundamental”. </span><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><br />
</span></span></div><div style="border: solid windowtext 1.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: -26.1pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; padding: 1.0pt 4.0pt 1.0pt 4.0pt;"><div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-padding-alt: 1.0pt 4.0pt 1.0pt 4.0pt; padding: 0cm;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><em><b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">Canção ganha enquete da melhor música brasileira da história, realizada pela Ilustrada junto a personalidades e jornalistas </span></b></em><b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><br />
<em><span style="font-family: Verdana;"> </span></em><br />
<em><span style="font-family: Verdana;"> "Águas de Março", de Tom Jobim, vence eleição </span></em><br />
<br />
<em><span style="font-family: Verdana;"><o:p></o:p></span></em></span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-padding-alt: 1.0pt 4.0pt 1.0pt 4.0pt; padding: 0cm;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"><em><b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;"> LÚCIO RIBEIRO /</span></b></em><b><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">18 Mai 2001<o:p></o:p></span></b></span></div></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -36.0pt; margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: -36.0pt; margin-right: -26.1pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9pt;">São </span></div>GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-74077279501782333342011-06-16T14:06:00.001-07:002011-06-16T14:06:34.939-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_9vOCkFnDwPw/S_NI9L8ofzI/AAAAAAAAAUg/_vACtOXNiwk/s1600/pausa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="260" src="http://2.bp.blogspot.com/_9vOCkFnDwPw/S_NI9L8ofzI/AAAAAAAAAUg/_vACtOXNiwk/s320/pausa.jpg" t8="true" width="320" /></a></div>GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-82755177320466631172011-06-10T08:08:00.000-07:002011-06-10T08:13:44.229-07:00Quando a alma faz de conta...Pirlimpsiquice.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbNamqrPQNmmGEYBeFlJ_F8-t1vXbg72WotysIkJAxVMXQGaBQdQ57iJkJ82Aryv2tjC0KHoPpxhJA40DkVYUwgQPZnVco1ezTuA7yxMaQWxWdtyWHNtPx9YqB-55GAULezS9kX_RiPuw/s1600/TeatroEscola.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbNamqrPQNmmGEYBeFlJ_F8-t1vXbg72WotysIkJAxVMXQGaBQdQ57iJkJ82Aryv2tjC0KHoPpxhJA40DkVYUwgQPZnVco1ezTuA7yxMaQWxWdtyWHNtPx9YqB-55GAULezS9kX_RiPuw/s1600/TeatroEscola.gif" t8="true" /></a></div><em>Em <strong>Primeiras Estórias</strong> as personagens são quase sempre seres à margem da sociedade, desconsiderados, sucedendo-lhes intrigas que intensificam seu estado miserável, aparentemente tornando remotíssimas suas possibilidades de ascensão. Mas eis que "de-repente" da fonte menos esperada e do modo mais inusitado surge-lhes o sucesso. O enredo inventado pelos alunos vale muito mais do que o convencional drama edificante (que faz parte da "cultura" e da "boa" educação canonizadas) e ridiculariza os preceitos do mestre de escola : "—Representar é aprender a viver além dos levianos sentimentos, na verdadeira dignidade." (Primeiras Estórias, página 41.)</em><br />
<em></em><br />
<em><br />
</em><br />
<em>Aliás, a própria palavra<strong> pirlimpsiquice</strong>, quando decomposta revela como possível significado uma mania de alma ou consciência impregnada de magia infantil. Suas personagens são seres diferentes: são crianças, velhos, pessoas à margem da sociedade que se comportam de forma estranha e às vezes surpreendente. Daquele de quem menos se espera e da forma mais inusitada surge a resolução da intriga.</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em>AS PERSONAGENS</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em><strong>Eu narrador</strong>: retraído, mal-à-vontade em qualquer cena, não servia para nenhum papel, mas aluno aplicado portador de voz variada serviria de partida como ponto, mestre do ponto, assumiu o papel do Doutor Famoso, o de Ataualpa que partira. </em><br />
<em><strong>Zé Boné:</strong> [dual do protagonista] extrovertido, não se acanhava de ser o pior, beócio, era objeto de riso. Interpretava sem parar. Papel original: um policial com escasso falar. Papel final: salvou a situação que havia ficado tensa. </em><br />
<em><strong>Ataualpa</strong>: o "Peitudo". Junto com Darcy, um dos mais decididos e respeitados. Filho de um deputado. Papel original: o Doutor Famoso. Deveria iniciar a peça recitando uns versos que só ele sabia. Não pôde representar devido ao pai estar à beira da morte.</em><br />
<em><strong>Padre Diretor</strong>: responsável pela integração do eu narrador na peça como o ponto. Ele era abstrato e sério. Julgou que faltava naturalidade na encenação do quinto ato da primeira estória, mas se riu, como ri Papai Noel, na noite do teatrinho. </em><br />
<em><strong>Padre Prefeito:</strong> É quem fez a comunicação sobre o drama. Tem modo solene. É um dos espectadores. Ordenou que abaixassem o pano que não abaixava por estar enguiçado.</em><br />
<em><strong>Dr Perdigão:</strong> [perdiz grande -- nome que sugere impostura e ridículo], lente de corografia (corografia é o estudo ou descrição geográfica de determinado território) história-pátria, ensaiador de fala difícil e sérias barbas. É cognominado Dr. Avante</em><br />
<em>E muitos outros personagens que perfazem o contexto da estória.</em><br />
<br />
<br />
A FÁBULA<br />
<br />
O evento que serve de base para este conto é aquilo que aconteceu na noite do teatrinho: aquilo que parecia mecânico e ensaiado demais, "sem ataque de vida válida" passa a ser muito verdadeiro naquele momento. Não só para o protagonista como também para os demais que o assistiam. A noite do teatrinho era a própria vida, mais que isso, era o "transviver".<br />
Num internato católico doze alunos são escolhidos para representar o drama "Os Filhos do Doutor Famoso". Os eleitos decidem segredar o drama e passam a comportar-se da melhor maneira possível. Um dos doze não parece muito confiável. É extrovertido e meio maluco. Alguns outros alunos que provocam temor, não são incluídos entre os doze e talvez de algum modo tentem desvelar o secreto drama. Assim os futuros atores decidem inventar uma segunda estória para o caso de serem obrigados a falar algo sobre a peça. Nesse ínterim, preparativos de toda sorte estão sendo realizados visando a noite do teatrinho. Correm rumores no colégio de que já é conhecida verdadeira estória. Uma terceira estória completa é apresentada por certo aluno como sendo a verdadeira. O ensaio geral é excelente, apesar de que o padre Diretor, assistindo à apresentação do quinto ato, critica a ausência de naturalidade. <br />
O dia se aproxima trazendo grande ansiedade. Horas antes da apresentação chega a notícia de que o pai de um dos doze, cujo papel é "o Doutor Famoso", está à beira da morte, de modo que este é obrigado a viajar para outro estado. Assim outro aluno o substitui, o ponto: o eu narrador. E o ensaiador passa a ser o ponto. No palco, teatro cheio, plateia expectante, o eu narrador lembra-se de que desconhece os primeiros versos, a abertura da peça. O eu- narrador improvisa um verso sobre a Virgem e a Pátria. Aplausos. <br />
O pano não desce. A platéia vaia. As demais personagens se perdem no palco. De repente, aquele aluno meio maluco, não muito confiável, começa a representar. Mas o que ele representa é em parte a terceira estória. Os demais contracenam representando a segunda, a deles. O espetáculo torna-se um grande sucesso. O público aprecia muitíssimo. <strong>Mas na verdade o que se representa é uma quarta estória, gerada extemporaneamente, transportando, não só a plateia, como também as personagens para um plano de encanto e arrebatamento. </strong><br />
Parece não haver como terminar a estória, como tirar todos aqueles seres desse encantamento. Destarte, o eu-narrador-personagem aproxima-se da beira do palco, falando sempre, propositadamente dá uma cambalhota e cai. No outro dia, são, ele briga com um dos propagadores de estórias que o provoca.<br />
<span style="font-family: "Times New Roman"; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="font-size: xx-small;">lyZvyGFRi0k/SGbuqGFeqYI/AAAAAAAAAnA/zSWJoMkiRL0/s320/Pirlimpsiquice.jpg </span></span>GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-35828126737768870172011-05-23T09:59:00.000-07:002011-05-23T10:02:46.858-07:00Por que é preciso capricho quando se faz um trabalho ? N1...Adivinhem!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguEUZgwtpIS29RuHdpY6wLvLLjpM7McyPL_jHIz6I0CBbcA0WOhhCz1or67Sf6m6Z7G5dMAoelKQVGvXvVZtqZ_aJC7AMs5MWf7MMpFK0ek-opL6txA4s-CPBey7Nz1mrM8Oxxo119wP0/s1600/Provas+Aferi%C3%A7%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguEUZgwtpIS29RuHdpY6wLvLLjpM7McyPL_jHIz6I0CBbcA0WOhhCz1or67Sf6m6Z7G5dMAoelKQVGvXvVZtqZ_aJC7AMs5MWf7MMpFK0ek-opL6txA4s-CPBey7Nz1mrM8Oxxo119wP0/s320/Provas+Aferi%C3%A7%C3%A3o.jpg" width="320" /></a></div><br />
NOME------------------------------------------------------ano 9°-----<br />
DATA :<br />
<br />
N1 – 2° Trimestre -LITERATURA- Elementos estruturais do conto<br />
<br />
INSTRUÇÕES ;<br />
1- Imprima esta página, identificando-se nela.<br />
2- Responda às questões propostas à TINTA – MANUSCRITAS, numerando-as.<br />
3- Valor = 4 pontos.<br />
4- A notas serão atribuídas de acordo com a QUALIDADE DAS RESPOSTAS . Lembre-se de que esta é uma avaliação de Língua Portuguesa.<br />
5- NÃO SERÁ ACEITA A AVALIAÇÃO EM QUALQUER FOLHA. Utilize o papel timbrado da escola para sua resposta ,preenchendo o cabeçalho .Quando pronto, deverá ser grampeado à folha impressa.<br />
<br />
Data de entrega: <strong><span style="color: #20124d;">IMPRETERIVELMENTE - 30 DE MAIO – 9°A e 9°B / </span></strong><strong><span style="color: #20124d;">01 DE JUNHO -9° C</span></strong><br />
<strong>Não serão aceitos trabalhos fora do prazo</strong>.<br />
<br />
<br />
<strong>Elementos Estruturais do Conto.</strong><br />
<br />
Simule a criação de um conto a partir de alguns elementos básicos para desenvolvê-lo.<br />
Ao responder às perguntas abaixo , você estará iniciando o seu trabalho. Procure criá-lo com coerência e lógica, porque esses dados poderão, posteriormente, ampliar-se em um texto completo.: O SEU CONTO.<br />
<br />
1- Acepção da idéia central. O que acontece no conto, qual é o enredo principal?<br />
Mistério, terror, infantil,fantasia,psicológico,humor,tragédia, vingança, traição,religioso, romance...ou outro.<br />
<br />
2- O foco narrativo : quem conta a história?Explique.<br />
<br />
3-Qual é o conflito?É interno ou externo?Obstáculos da natureza ou criados por personagens (vilões/ antagonistas)?<br />
<br />
4-Onde ocorre a trama? Cenário/ espaço:descreva-o.<br />
Rua,casa, floresta, cidade do interior, metrópole, um quarto, um hotel...outros.<br />
<br />
5-Quando acontece? Temporalidade .<br />
<br />
6-Quem são os personagens? Dê-lhes nome e identidade. Descrição física e perfil psicológico .<br />
<br />
<br />
GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-60481415554629314632011-05-22T06:42:00.000-07:002015-03-24T15:17:11.821-07:00A menina de lá ...in Primeiras Estórias.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://momartins22.files.wordpress.com/2008/10/menina-de-la.jpg?w=368&h=300" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://momartins22.files.wordpress.com/2008/10/menina-de-la.jpg?w=368&h=300" height="260" j8="true" width="320" /></a>linóleo de <span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">momartins22</span></div>
<br />
João Guimarães Rosa. <br />
<br />
No isolamento da roça, num lugar chamado “Temor-de-Deus”, localizado atrás da Serra do Mim, vivia uma estranha meninha chamada Nhinhinha. É notável como os topônimos iniciais já conferem ao conto uma aura de misticismo, que será progressivamente mesclado com um processo de sondagem do inconsciente. <br />
<br />
Nhinhinha inventava estórias absurdas, como a da abelha que se vou para uma nuvem ou da necessidade “de fazer uma lista das coisas todas que no dia por dia a gente vem perdendo. Intercalava suas brincadeiras com frases do tipo “<em>A gente não vê como o vento acaba”, ou “Eu quero ir para lá”. </em><br />
<em><br />
</em><br />
Quando a família falava dos parentes mortos, ela se ria dizendo: - “<em>Vou visitar eles</em>...” Tiantônia foi a primeira a perceber os dotes paranormais da menina: certa manhã ouviu-a dizer que queria um sapo; instante depois, entra pela sala uma “rã verdíssima”, indo direto para os pés de Nhinhinha. A família decide guardar o segredo:<br />
<br />
“(...) não viessem ali os curiosos, gente maldosa e interesseira, com escândalos. Ou os padres, o bispo, quisessem tomar conta da menina, levá-la para sério convento. Ninguém, nem os parentes mais de perto, devia saber. Também, o pai, Tiatônia e a mãe, nem queriam versar conversas, sentiam um medo extraordinário da coisa. Achavam ilusão.” <br />
<br />
Muitos prodígios se sucederam: o que ela falava acontecia. Quando a mãe adoecera, suas dores foram aliviadas pelo abraço e beijo quente da filha. Como as terras do roçado estavam secas, anunciando a perda total da colheita, o pai manifesta seu desespero e procura convencer a filha a pedir chuva. Dois dias depois, Nhinhinha “quis” uma arco-íris: choveu e, logo depois, um “vivo cor-de-rosa” desenhou-se no céu! Nesse dia, os pais não entenderam o motivo da menina Ter sido duramente repreendida pela tia. Dissimularam sua revolta, contentes com a perspectiva risonha que o futuro lhe acenava, alimentando projetos de desfrutarem economicamente a paranormalidade da filha. <br />
<br />
Foi aí que Nhinhinha adoeceu e morreu. Abatidos pela tristeza, os pais, ao tomarem as primeiras providências para um enterro com “acompanhamento de virgens e anjos”, são interrompidos por Tiantônia, que lhes conta o motivo da repressão em Nhinhinha: no dia do arco-íris, a menina dissera que queria um caixãozinho cor-de-rosa com enfeites brilhantes. Diante do derradeiro milagre, os pais como que a beatificam: o conto acaba com a expressão “Santa Nhinhinha”.<br />
<br />
<strong>Nhinhinha é uma personagem alegórica, que simboliza o lirismo puro da mágica inocência infantil. Ela representa o estágio congênito, inato da sabedoria, numa fase irracional, anterior à consciência lógica.</strong> Lembra o arquétipo da “criança primordial” desenvolvida por Jung; segundo essa noção, a criança possui sentido de totalidade ou integridade no conhecimento das coisa, que se manifesta apenas antes do aparecimento do ego consciente, irrompendo sob a forma do misticismo e da ilogicidade.GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-67438960240949713022011-05-14T07:30:00.000-07:002011-05-14T07:35:52.997-07:00As Margens da Alegria...in Primeiras Estórias<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_Y_GjUW9Q8jo/S_rYWD-3wtI/AAAAAAAAAPA/6x8OiRtV4fY/s1600/As+margens+Bras%C3%ADlia+1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="113" j8="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_Y_GjUW9Q8jo/S_rYWD-3wtI/AAAAAAAAAPA/6x8OiRtV4fY/s320/As+margens+Bras%C3%ADlia+1.JPG" width="320" /></a></div>Analisar um conto com a envergadura de “ As Margens da Alegria” de João Guimarães Rosa é algo complexo pois o universo linguístico de Guimarães provoca uma gama considerável de sensações produzidas pela força que ele impõe às palavras, seja pela desestruturação da gramática, pela criação de neologismos, ou pela aproximação contundente com a linguagem poética. <br />
<br />
O<strong> conto “As Margens da Alegria” é um olhar sobre a construção de Brasília</strong>. O personagem principal é um garoto denominado apenas de “O Menino”. Estruturalmente o conto se divide em cinco blocos. A seguir um olhar sobre cada bloco, seus sinais, índices e símbolos:<br />
<br />
<strong>• A Partida e o Vôo</strong><br />
Os índices deste bloco compõem a aventura de uma viagem inédita: “<em>era uma viagem inventada no feliz”</em> <em>“para ele produzia-se em caso de sonho</em>”. Tudo se configura novo e bom para o Menino, por isso Guimarães opta por palavras que trazem a doçura, a alegria inerente da infância: “<em>fremia no acorçôo, alegre de se rir para si”</em>; percebe-se também a indeterminação, a inconsequência no sentido mais benéfico da palavra: “<em>confortavelzinho, com um jeito de folha a cair</em>”. Verifica-se os índices das facilidades da infância em que desejos são satisfeitos: “<em>e as coisas vinham docemente de repente</em>”. Tudo transpira liberdade: <em>“O azul de só ar</em>”. simbolizada pelo ato de voar, ainda a grande aventura humana, ver tudo de cima, “<em>aquela claridade à larga”,</em> a nova perspectiva de olhar, de conhecer a cidade grande sendo construída, de ter apenas “<em>a luz e a longa-longa-longa nuvem</em>.” Neste primeiro bloco tudo é índice de segurança, conforto, felicidade aliada a experiência segura de conhecer o inédito: “especial, de quatro lugares”, “forte afago” “proteção” “harmonia prévia, benfazeja” “balas, chicles” “amontoada amabilidade” “macio rumor do avião” <br />
<br />
Referente a este bloco temos os sinais demonstrando a construção da cena: “Ia um menino, com os Tios, passar dias no lugar onde se construía a grande cidade” “Mãe e pai vinham trazê-lo no aeroporto”. “Respondiam-lhe a todas as perguntas”. <br />
<br />
<strong>• A Chegada. A fronteira entre o selvagem e o civilizado</strong><br />
No segundo bloco do conto, o avião pousa e o Menino entra em contato com a terra firme e tem sua primeira experiência arrebatadora: a visão de um peru. Neste bloco os índices apontam o mundo dividido em duas dimensões: <strong>o selvagem e o civilizado: “a grande cidade começava a fazer-se, num semi-ermo”, “a mágica monotonia”.</strong> “a casa” representando a segurança necessária aos habitantes mas feita de “madeira, sobre estações, quase penetrando na mata”. <br />
<br />
O índice principal da ausência de fronteira entre os dois universos é ausência de “quintal”. Outros elementos que transitam nos dois espaços: árvores, cipós, índios, pássaros, orquideazinhas. Simbolizando o inusitado, a quebra da paisagem, o novo: o peru. É praticamente impossível ficar indiferente a um peru. <strong>Sua estranheza visual colocada no conto pelos sinais: “bagas rubras” “a cabeça possuía laivos de um azul-claro” “torneado” “redondoso”, aliada a estranheza sonora que possui, aqui traduzida por Rosa com um neologismo “Grugulejou” “gruziou outro gluglo”, causam sempre um choque. </strong><br />
<br />
Os símbolos referentes à construção da cidade podem ser verificados na caracterização dada ao peru: “<em>tinha qualquer coisa de calor, poder e flor, um transbordamento</em>”. Se cada uma destas palavras simboliza Brasília ainda hoje, na sua construção estes símbolos eram muito mais exacerbados. A grande cidade se construía causando surpresa em todos, da mesma forma que a visão do peru alterou o dia do garoto. <br />
<br />
<strong>• A perda da inocência pelo conhecimento da morte</strong><br />
No terceiro bloco, o Menino vai passear pelas redondezas, ao voltar, procura novamente o peru, e descobre de maneira muito direta que a ave havia sido morta para o “dia-de-anos do doutor”. <br />
<br />
Na primeira parte deste bloco, mais um passeio, desta vez em terra firme. Temos aqui uma nova experiência de aprendizado de um mundo ainda bucólico, natural, interiorano, feito de coisas simples, pueris: poeira, malva-do-campo, cobra-verde, arnica, papagaios, pitangas, veado-campeiro, perdizes. Índices de um mundo que se perderia em breve: “<em>em sua memória ficavam, no perfeito puro, castelos já armados</em>”. O mundo como o Menino conheceu desapareceria ao saber da morte do peru: A morte da ligação entre o mundo selvagem e urbano. A morte presente nos índices de rapidez, de inusitado: “tudo perdia a eternidade” “lufo” “átimo”, “de repente” “grão nulo de um minuto”. Aqui a percepção real da mudança inexorável que a Cidade traria a todos, inclusive em sua dimensão de violação da ordem natural. <br />
<br />
<strong>• O luto, A vitória do urbano</strong><br />
Na quarta parte, o Menino vai para mais um passeio, conhecer as <strong>obras do aeroporto</strong>. Tudo agora respira diferente, toda a leveza anterior desaparece. O mundo feito de verdes, de bichos, de azuis, de vôo se transforma em “trabalho de terraplanagem” “caminhões de cascalho” “águas cinzentas” “encantamento morto dos pássaros” “o ar cheio de poeira” “mundo maquinal”. O mundo externo era um espelho dos sentimentos do Menino. A perda da inocência reverberava em “compressoras, caçambas, cilindros, betumadoras”. Tudo recende a concreto, ferro, dureza, nada de alegrias, de curiosidades. <strong>Este bloco traz toda a simbologia da devassidão que o progresso impõe a todos. Símbolo concentrado no ‘assassinato' da árvo</strong>re. O mundo novo feito de inflexibilidade: “lamina espessa”, “machado”, “derrubadora”. O mundo antigo feito de material orgânico, frágil “arvore: simples sem notável aspecto” “árvore de poucos galhos” é massacrado. <br />
<br />
<strong>Guimarães cria uma interjeição para expor esta nova morte: “ruh...”. A frase final desta parte é “guardou dentro da pedra”. Pedra aqui simbolizando o túmulo onde se guardará a inocência perdida, o mundo antigo, o passado feito de alegrias e encantamentos, mas passado. O que se tem agora é um céu – atônito de azul</strong>. <br />
<br />
<strong>• O crescimento. A beleza possível</strong>.<br />
Na parte final do conto, anoitece, o Menino retorna ao terreiro, vê um outro peru, pensa ser o mesmo, mas engana-se. Depois, reencanta-se com um vagalume. <strong>A simbologia deste bloco está na aceitação-conformação do mundo novo. A cidade está construída, a beleza anterior não existe mais, o que existe agora é algo “menor, menos muito”.</strong> Mas mesmo deste novo universo, é possível nascer novas “alegrias”, basta não deixar de olhar para o mistério. Os índices que compõe este bloco evidenciam um mundo não tão belo: “faltava em sua penosa elegância o recacho, o englobo”, com evidências de tristeza: “tudo se amaciava em tristeza”, mas também há espaço de crescimento, de tomada de consciência: ‘trabalhava por arraigar raízes”. Guimarães aponta índices de violência, de solidariedade ausente e em seu lugar sentimentos menos nobres: “movia-o um ódio. Pegava de bicar, feroz, aquela outra cabeça”. <br />
<br />
<strong>O Menino – o Brasil - vivia um momento de transição, de corte de algumas coisas: “a mata, as mais negras árvores, eram um montão demais”, para que novas luzes caíssem sobre a vida. O vagalume, a luzinha verde, singela, vinda da mata, resgatando a alegria. </strong><br />
<br />
Brasília construiu-se às custas de muito esforço. Houve, por bem ou por mal, uma alteração na rota da história brasileira, que João Guimarães Rosa com sua Estória retratou de forma poética e intensa no conto “As Margens da Alegria.<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12pt; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><b><span style="color: black; font-family: Arial; font-size: 8.5pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-fareast-language: PT-BR;">Análise do conto “As Margens da Alegria” de Guimarães Rosa, sob a perspectiva da Semiologia de Roland Barthes.</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 12pt; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><b><span style="color: black; font-family: Arial; font-size: 8.5pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: black; font-family: Arial; font-size: 7.5pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">RUBENS DA CUNHA </span><span style="color: black; font-family: Arial; font-size: 7.5pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><a href="mailto:rubens712003@yahoo.com.br"><span style="color: #993300; mso-bidi-font-size: 7.5pt; text-decoration: none; text-underline: none;"><shapetype coordsize="21600,21600" filled="f" id="_x0000_t75" o:preferrelative="t" o:spt="75" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" stroked="f"><stroke joinstyle="miter"></stroke><formulas><f eqn="if lineDrawn pixelLineWidth 0"></f><f eqn="sum @0 1 0"></f><f eqn="sum 0 0 @1"></f><f eqn="prod @2 1 2"></f><f eqn="prod @3 21600 pixelWidth"></f><f eqn="prod @3 21600 pixelHeight"></f><f eqn="sum @0 0 1"></f><f eqn="prod @6 1 2"></f><f eqn="prod @7 21600 pixelWidth"></f><f eqn="sum @8 21600 0"></f><f eqn="prod @7 21600 pixelHeight"></f><f eqn="sum @10 21600 0"></f></formulas><path gradientshapeok="t" o:connecttype="rect" o:extrusionok="f"></path><lock aspectratio="t" v:ext="edit"></lock></shapetype><shape alt="" href="mailto:rubens712003@yahoo.com.br" id="_x0000_i1025" o:button="t" style="height: 12.75pt; width: 22.5pt;" type="#_x0000_t75"><imagedata o:href="http://www.blocosonline.com.br/literatura/prosa/colunistas/rcunha/env14.gif" src="file:///C:\Users\gizelda\AppData\Local\Temp\msohtml1\01\clip_image001.gif"></imagedata></shape></span></a></span><span style="color: black; font-family: Arial; font-size: 8.5pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br style="mso-special-character: line-break;" /></span></span></b><span style="color: black; font-family: Arial; font-size: 8.5pt; mso-fareast-language: PT-BR;"></span></div>GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-51649324312617594252011-05-08T05:30:00.000-07:002011-05-08T05:32:29.859-07:00Primeiras Estórias : o mundo mágico de Guimarães Rosa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://primeirasestorias.zip.net/images/ECO_024.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="128" j8="true" src="http://primeirasestorias.zip.net/images/ECO_024.jpg" width="320" /></a></div><br />
<em>"Quando escrevo, repito o que já vivi antes.</em><br />
<em>E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente. </em><br />
<em>Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo </em><br />
<em>vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser </em><br />
<em>um crocodilo porque amo os grandes rios, </em><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><em>pois são profundos como a alma de um homem. </em><br />
<em>Na superfície são muito vivazes e claros, </em><br />
<em>mas nas profundezas são tranqüilos e escuros </em><br />
<em>como o sofrimento dos homens."</em><br />
<br />
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;"><shapetype coordsize="21600,21600" filled="f" id="_x0000_t75" o:preferrelative="t" o:spt="75" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" stroked="f"> <stroke joinstyle="miter"></stroke><formulas><f eqn="if lineDrawn pixelLineWidth 0"></f><f eqn="sum @0 1 0"></f><f eqn="sum 0 0 @1"></f><f eqn="prod @2 1 2"></f><f eqn="prod @3 21600 pixelWidth"></f><f eqn="prod @3 21600 pixelHeight"></f><f eqn="sum @0 0 1"></f><f eqn="prod @6 1 2"></f><f eqn="prod @7 21600 pixelWidth"></f><f eqn="sum @8 21600 0"></f><f eqn="prod @7 21600 pixelHeight"></f><f eqn="sum @10 21600 0"></f></formulas><path gradientshapeok="t" o:connecttype="rect" o:extrusionok="f"></path><lock aspectratio="t" v:ext="edit"></lock></shapetype><shape alt="guima_rosa.gif (2444 bytes)" id="_x0000_i1025" style="height: 44.25pt; width: 229.5pt;" type="#_x0000_t75"><imagedata o:href="http://www.releituras.com/assinaturas/guima_rosa.gif" src="file:///C:\Users\gizelda\AppData\Local\Temp\msohtml1\01\clip_image001.png"></imagedata></shape></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;"><shapetype coordsize="21600,21600" filled="f" id="_x0000_t75" o:preferrelative="t" o:spt="75" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" stroked="f"> </span><strong>João Guimarães Rosa</strong> nasceu em Cordisburgo (MG) a 27 de junho de 1908 e era o primeiro dos seis filhos de D. Francisca (Chiquitinha) Guimarães Rosa e de Florduardo Pinto Rosa, mais conhecido por "seu Fulô" comerciante, juiz-de-paz, caçador de onças e contador de estórias.<br />
<br />
Três dias antes de sua morte o autor decidiu, depois de quatro anos de adiamento, assumir a cadeira na Academia Brasileira de Letras. Os quatro anos de adiamento eram reflexo do medo que sentia da emoção que o momento lhe causaria. Ainda que risse do pressentimento, afirmou no discurso de posse: "...a gente morre é para provar que viveu."<br />
<br />
<br />
O escritor faz seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras com a voz embargada. Parece pressentir que algo de mal lhe aconteceria. Com efeito, três dias após a posse, em 19 de novembro de 1967, ele morreria subitamente em seu apartamento em Copacabana, sozinho (a esposa fora à missa), mal tendo tempo de chamar por socorro.<br />
<br />
<i><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">Falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituânio, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do tcheco, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração</span></i><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;"><strong>PRIMEIRAS ESTÓRIAS</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">Publicadas em 1962, as 21 estórias são narrativas preocupadas em tematizar, simbolicamente, os segredos da existência humana. </span><br />
<br />
<br />
Trata-se do primeiro conjunto de histórias compactas a seguir a linha do conto tradicional, daí o "Primeiras" do título. O escritos acrescenta, logo após, o termo estória, tomando-o emprestado do inglês, em oposição ao termo História, designando algo mais próximo da invenção, ficção. Na obra há a intenção de apresentar fábulas para as crianças do futuro.<br />
<br />
À primeira vista, a leitura de Primeiras Estórias pode, falsamente, parecer difícil e a linguagem soar erudita e ininteligível, mas essa é uma avaliação precipitada. Na verdade, o autor busca recuperar na escrita, a fala das personagens do sertão mineiro; a poesia presente nas imagens, sons e estruturas de uma linguagem que está à margem da norma estabelecida pelos padrões urbanos.<br />
<br />
Quanto ao emprego dos tempos verbais, nota-se que, na maior parte das estórias, o relato se faz através de uma mistura do pretérito perfeito com o pretérito imperfeito do indicativo.<br />
<br />
A obra aborda as diferentes faces do gênero: a psicológica, a fantástica, a autobiográfica, a anedótica, a satírica, vazadas em diferentes tons: o cômico, o trágico, o patético, o lírico, o sarcástico, o erudito, o popular.<br />
<br />
As personagens embora variem muito quanto à faixa etária e experiência de vida, elas se ligam por um aspecto comum: suas reações psicossociais extrapolam o limite da normalidade. São crianças e adolescentes superdotados, santos, bandidos, gurus sertanejos, vampiros e, principalmente, loucos: sete estórias apresentam personagens com este traço. <br />
<br />
A relação com a morte e com o desejo de imortalidade está presente em toda a obra de Guimarães Rosa, mas talvez com mais intensidade em "Primeiras Estórias".GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-42781467995655685772011-04-26T04:26:00.000-07:002011-04-26T04:26:23.973-07:00O Alienista : Conclusão<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_9STUE6TmsBE/SHeXW0R5ogI/AAAAAAAAALE/AdiMpFP4oYk/s320/casa+verde-logo+pronto.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" i8="true" src="http://2.bp.blogspot.com/_9STUE6TmsBE/SHeXW0R5ogI/AAAAAAAAALE/AdiMpFP4oYk/s320/casa+verde-logo+pronto.gif" /></a></div><br />
<strong>A parábola do texto</strong><br />
<br />
..não se fala da loucura ou dos loucos, por mais que o Alienista tente fazê-los atuar. De resto, os loucos e sua loucura são uma presença apaziguadora e até cômica ao longo do texto. Fala-se, isso sim, deste homem e de seu discurso que é capaz de produzir a loucura.<br />
<br />
Pois é esta a parábola descrita pelo texto: no início da narrativa, não há loucos em Itaguaí, cidade que tinha o “ruim costume”, segundo o Alienista,“de não fazer caso dos dementes”. Estes, quando mansos, andavam à solta, e,quando furiosos, ficavam trancafiados em casa. De resto, eram poucos e não criavam maiores problemas. Quer dizer: não havia loucos em Itaguaí, não havendo quem levantasse a questão científica da loucura.<br />
<br />
É este mau costume que o Alienista deseja consertar, introduzindo a esquecida cidadezinha no século da ciência e da razão. Tão logo inicia sua empreitada, eis o que ocorre: uma verdadeira “torrente de loucos”. Eles surgem de toda parte - monomaníacos, loucos por amor, vítimas de mania de grandeza. E, diante da perplexidade geral, simbolizada pelo espanto ingênuo de Pe. Lopes, a quantidade de loucos só faz aumentar na medida em que oAlienista segue em seus estudos e amplia o poder de seus conceitos. No auge,<br />
4/5 da população da cidade está trancafiada dentro dos muros da Casa Verde.<br />
<br />
Mas isso não é tudo. Seguindo o curso da parábola, e em função das novas descobertas que faz, Simão Bacamarte desiste de buscar o germe da loucura nos outros, voltando-se para si mesmo como objeto de investigação.<br />
<br />
“Reúno em mim mesmo a teoria e a prática”, conclui ele, descobrindo-se sujeito e objeto da ciência nascente. Desta forma, cessando a atividade produtiva da loucura por parte do Alienista, já não há loucos em Itaguaí. Ou há um só.<br />
<br />
Parábola em três tempos.<br />
<br />
<strong>Um:</strong> antes da intervenção do psiquiatra não existem loucos. <br />
<strong>Dois</strong>: sua ação desencadeia uma torrente de loucos. <br />
<strong>Três</strong>: saindo de cena o cientista, haverá no máximo um louco, ele próprio, que decide<br />
assim se constituir.<br />
<br />
Não está em questão, portanto, a natureza da loucura ou de alguma teoria científica. O texto é claro: não há em Itaguaí loucura alguma, exceto a daquele que a produz.<br />
<br />
<a href="http://www.fflch.usp.br/sociologia/temposocial/site/images/stories/edicoes/v0512/Alienista.pdf">http://www.fflch.usp.br/sociologia/temposocial/site/images/stories/edicoes/v0512/Alienista.pdf</a><br />
<br />
<span style="color: #4c1130;">Meus queridos...</span><br />
<br />
<span style="color: #4c1130;">Sei que não é fácil ler Machado de Assis na adolescência, aliás nunca é fácil ler esse autor, porque ele nos desafia pelo vocabulário, pelas construções psicológicas brilhantes de personagens, por tramas bem construídas que temos que desvendar, enfim...por n motivos.Mas é assim que se constroem casas e pessoas, tijolo por tijolo.</span><br />
<br />
<span style="color: #4c1130;">Somos o que fazemos de nós e se podemos ser melhores por que nos contentarmos em ser medíocres? Portanto<strong>, você deve ler Machado porque MERECE O MELHOR...</strong></span><br />
<br />
<span style="color: #4c1130;">A prova é circunstancial, mas o que você aprende é para sempre.( mesmo que você diga-hoje- que é"chato").</span><br />
<br />
<span style="color: #4c1130;">beijos...e Boa Prova! </span>GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-88641080504122286612011-04-18T02:25:00.000-07:002011-04-18T02:25:29.282-07:00O Alienista IV<span class="Apple-style-span" style="color: #990000;"><br />
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEij5nWkKUMoqM3htytUyet42yf6WIxs43tzunUAjQDsiA65KvRRG5t_aeHn3hL5zH-D3VfQy5kkhpFoJcbuLq0uzuCKwmC4X4WvVnd6DygdOoJ3CjOYX1VAR8yydkvIQZjmQjq1MwfE25bI/s400/Machadodeassisporl%C3%A9ziojunior.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEij5nWkKUMoqM3htytUyet42yf6WIxs43tzunUAjQDsiA65KvRRG5t_aeHn3hL5zH-D3VfQy5kkhpFoJcbuLq0uzuCKwmC4X4WvVnd6DygdOoJ3CjOYX1VAR8yydkvIQZjmQjq1MwfE25bI/s400/Machadodeassisporl%C3%A9ziojunior.jpg" /></a></div><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;"><br />
</span><br />
<br />
<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" style="width: 471px;"><tbody>
<tr><td bgcolor="#fff7ee" class="menuLink" colspan="2" height="12" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 7.5pt; font-weight: bold; text-decoration: none;" width="442"><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;">O ALIENISTA</span></td></tr>
<tr><td align="left" bgcolor="#fff7ee" class="text2" valign="top" width="442"><span class="Apple-style-span" style="color: #990000; font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 8.5pt;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #990000; font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 8.5pt;">A exemplo de uma fábula,os </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px;">acontecimentos</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: 8.5pt;"> aqui narrados ilustram, simbolizam e criticam os valores da sua época</span></span><br />
<div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><b><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;"><br />
</span></b></div><div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;"><b>Simão Bacamarte</b>, médico formado em Portugal, instala-se em <b>Itaguaí</b>, no interior do Rio de Janeiro com o objetivo de estudar a loucura e sua classificação. Ou como ele próprio dizia: "<i>A ciência, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo.</i>" Vem daí a sua idéia de confinar os loucos no mesmo local. </span></div><div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;"><br />
</span></div><div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;">Com apoio da Câmara Municipal, constrói um hospício, designado pelo nome de <b>Casa Verde</b>. Num primeiro momento, Bacamarte confina os loucos mansos, os furiosos e os monomaníacos, isto é, aqueles que a própria comunidade julgava perturbados. Num segundo momento, após muitas leituras e meditações científicas, o Dr. Bacamarte comunica a seu melhor amigo, o boticário <b>Crispim Soares</b>, a idéia de que "<i>a loucura era até agora uma ilha perdida no oceano da razão</i>;" e que ele começava a suspeitar que ela fosse um continente...</span></div><div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;"><br />
</span></div><div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;">A partir de então o alienista (médico de alienados mentais) põe-se a levar para a Casa Verde cidadãos estimados e respeitados em Itaguaí. Pessoas aparentemente ajuizadas, mas que, segundo as teorias do cientista, revelavam distúrbios mentais. <b>O terror se dissemina na pequena cidade.</b> Ninguém mais sabe quem está são ou quem está doido. Atemorizados, os que ainda não tinham sido conduzidos para o hospício tramam uma rebelião.</span></div><div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;"><br />
</span></div><div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;"><b>A revolta dos Canjicas </b>-</span></div><div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;"><br />
</span></div><div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;">O barbeiro <b>Porfírio</b>, cujo apelido era Canjica, passa por cima da Câmara de Vereadores, que não ousa indispor-se com o alienista, e marcha à frente de uma multidão, rumo à Casa Verde. </span></div><div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;"><br />
</span></div><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 8.5pt;">O levante popular - que mais tarde ficaria conhecido como a </span></span><b style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;">revolta dos Canjicas</b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 8.5pt;"> -</span></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 8.5pt;">devido ao apelido de seu </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px;">lider</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: 8.5pt;"> </span></span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 8.5pt;">- termina em frente ao hospício. O Dr. Bacamarte recebe a massa rebelada com a autoridade e a coragem do grande cientista que julga ser, deixando o povo perplexo com sua serena superioridade intelectual. Nesse momento, chegam a Itaguaí os dragões (soldados) do Rei, para restaurar a ordem. No meio da confusão, os dragões acabam aderindo aos revoltosos e a revolução triunfa, tendo o barbeiro Porfírio como chefe.</span></span></span><br />
<div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;"><br />
</span></div><div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;">Em seguida, Porfírio procura o Dr. Simão Bacamarte e diz que não pretende mais destruir o hospício. Que bastava uma revisão nos conceitos de loucura do médico, liberando os enfermos que estavam quase curados e os maníacos de pouca monta. Que isso bastaria ao povo.<b> O alienista ouve o barbeiro, fazendo-lhe algumas perguntas sobre o que tinha acontecido nas ruas e conclui que também o líder dos Canjicas estava louco, assim como aqueles que o aclamavam. Em cinco dias, o Dr. Bacamarte mete na Casa Verde cerca de cinquenta adeptos do novo governo, gerando outra grande indignação popular, que só termina quando entra na vila uma força militar, enviada pelo vice-rei.</b></span></div><div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;"><br />
</span></div><div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;">A partir daí há uma "coleta desenfreada" para o hospício.A partir daí há uma "coleta desenfreada" para o hospício. Quase ninguém escapa. Tudo é loucura para o Dr. Bacamarte. O barbeiro, o boticário Crispim, o presidente da Câmara e a ...</span></div><div style="color: #292c4a; font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><br />
</div><div style="color: #292c4a; font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><br />
</div><div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Pois é , meninos e meninas , vale a pena ler o final.Essa história é uma crítica ao comportamento humano , à hipocrisia social ( falsidade) e mostra que , dependendo do ponto de vista que assumimos, a loucura e a razão podem ter muitas faces.</span></div><div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;"><br />
</span></div><div style="font-family: Verdana, Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 8.5pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;"><b>Ainda não acabou</b>. O final é perfeito, vale a pena ler.</span></div></td></tr>
</tbody></table>GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-42648673434610445802011-04-17T17:37:00.000-07:002011-04-17T17:41:27.061-07:00O Alienista III<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.dzai.com.br/static/user//32/32724/6f4eb94b225cae5e2b8a90d3d271d827.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.dzai.com.br/static/user//32/32724/6f4eb94b225cae5e2b8a90d3d271d827.jpg" /></a></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color: #783f04;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color: #783f04;"><o:p></o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 13px;">A história contada em</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 13px;"><span class="apple-converted-space"> </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 13px;"><i><b>O Alienista</b></i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 13px;"><span class="apple-converted-space"> </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 13px;">não existiu na realidade material. Desta perspectiva, ela é inverossímil. Porém, a literatura ficcional faz uso da imaginação para produzir uma narrativa, uma verdade e saber legítimos. O que lemos termina por apresentar aspectos verificáveis em personagens e instituições reais, como os hospícios, hospitais, seus loucos e doentes e os encarregados de instituírem a normalidade e curar. Ainda que não verifiquemos similitude plena entre a narrativa literária e a vida material real, ela nos oferece um saber, uma verdade, que nos permite pensar e questionar o real existente.</span></span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color: #783f04; font-family: Verdana; font-size: 13px;"> “A arte da ficção cria um texto cuja alta concentração de energias permite a eclosão de uma verdade”, afirma Gomes (id.).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8.0pt;"><span style="color: #783f04; font-family: Verdana; font-size: 10pt;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #783f04;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">A literatura, como a ciência, também influi sobre a realidade. Sua presença é perceptível através, por exemplo, da influência de determinadas obras sobre as ações dos seus leitores.A literatura também interfere sobre a formação dos valores dos leitores, expressa épocas históricas determinadas e tem incidência social e política. Ela tanto pode contribuir para a consolidação do ideário conservador, quanto para o seu questionamento. Ela tanto pode fortalecer a elite cultural, na medida em que esta se apropria dos recursos e linguagem, constituindo um<span class="apple-converted-space"> </span><i>capital cultural</i><span class="apple-converted-space"> </span>que tem função distintiva, quanto pode favorecer a resistência aos valores capitalistas sedimentados no elitismo cultural. Dessa forma, a linguagem literária, vale afirmar, o saber produzido pela literatura, é fundamental.</span><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #783f04;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">Se o texto científico prima pelo formalismo, pela obediência a regras e procedimentos próprios que o caracterizam enquanto tal, o texto literário também segue convenções, mas é capaz de zombar e ir além delas. A literatura se fundamenta na imaginação criativa e, portanto, tem a capacidade de narrar qualquer coisa inerente ao existir humano, isto é, á sua potencialidade inata de pensar e criar. E neste exercício, a obra literária, “pode ridicularizar, parodiar qualquer ortodoxia, crença, valor, imaginar alguma ficção diferente e monstruosa” (CULLER, 1999:46). Talvez por isso os governos e a moral religiosa se vejam eternamente forçados a censurar e impedir que a imaginação humana alce vôos acima das suas estruturas autoritárias.</span><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #783f04;"><b><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">Para refletir...</span></b><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #783f04;"><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">O texto acadêmico pressupõe conclusões. Contudo, o objetivo não é o de apresentar elementos conclusivos, mas sim o de estimular a reflexão sobre a literatura enquanto outro saber legítimo e potencialmente crítico. Não se trata de fazer apologia à literatura, nem de contrapô-la ao saber científico, mas de simplesmente reconhecê-la como outro conhecimento humano merecedor das atenções e capaz de contribuir para pensarmos criticamente os valores predominantes na sociedade. <b>Na medida em que uma obra como<span class="apple-converted-space"> </span><i>O Alienista</i><span class="apple-converted-space"> </span>nos permite refletir sobre o poder e a ciência, ela se mostra tão fundamental quanto qualquer texto doutoral fundado em argumentos científicos que tenha o mesmo caráter questionador</b>.</span><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8.0pt;"><span style="color: #783f04; font-family: Verdana; font-size: 10pt;">Também não foi nossa intenção esgotar a análise do conto<span class="apple-converted-space"> </span><i>O Alienista<span class="apple-converted-space"> </span></i>na perspectiva adotada. Outros o fizeram e melhor...<span class="apple-converted-space"><i> </i></span>Almejamos, sim, resgatar o tema e os autores que nos permitam repensar a ciência, o poder e a literatura. Se o leitor nos acompanhou até aqui, já compartilhou desta inquietação e da reflexão sempre necessária sobre a ciência e o poder.Valeu a pena!</span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: x-small;"><b><i>E tem mais... </i></b></span></div>GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-4593552018592260752011-04-10T08:47:00.000-07:002011-04-10T08:47:54.815-07:00O Alienista II -<b><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://blogdoschiavoni.files.wordpress.com/2009/11/o-alienista.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://blogdoschiavoni.files.wordpress.com/2009/11/o-alienista.jpg" width="230" /></a></div><div><b><br />
</b></div>Estrutura da obra</b><br />
Treze capítulos, centrado em crônicas históricas sobre a cidade .<br />
<br />
<b>Foco narrativo</b><br />
O narrador é em 3ª pessoa, onisciente. A sua intenção é a análise do comportamento humano: vai além das aparências e procura atingir os motivos essenciais da conduta humana, descobrindo, no homem, o egoísmo e a vaidade. A intencionalidade crítica do narrador não se reflete somente ao ser humano de forma geral. Ele critica, também, a postura do cientista e do extremo cientificismo do final do século XIX. <br />
<br />
<b> Tempo </b><br />
Toda a história se desenvolve no passado, havendo o uso do flashback: "As crônicas da Vila de Itaguaí dizem que, em tempos remotos, vivera ali um certo médico: o Dr. Sr. Bacamarte."O tempos remotos" a que se referem as crônicas, pelas indicações dadas, se remontam à primeira metade do século XVIII ( reinado de D. João V). A ação transcorre, como já se viu, em Itaguaí, "cidadezinha do Estado do Rio de Janeiro, comarca de Iguaçu".<br />
<br />
<div><b>Espaço</b> :</div><div> a cidadezinha de Itaguaí- RJ </div><div> a Casa Verde ( o manicômio) <br />
<br />
<b>Personagens :</b></div><div><b> Dr. Simão Bacamart</b>e: o protagonista da estória. A ciência era o seu universo – o seu "emprego único", como diz. "<i>Homem de Ciência, e só de Ciência, nada o consternava fora da Ciência"</i> . Representa bem a caricatura do depotismo cientificista do século XIX (como está no próprio sobrenome). Acabou se tornando vítima de suas próprias idéias, recolhendo-se à Casa Verde por se considerar o único cérebro bem organizado de Itaguaí. <br />
<br />
b) <b>D. Evarista</b>: a eleita do Dr. Bacamarte para consorte de suas glórias científicas. Embora não fosse "bonita nem simpática", o doutor a escolheu para esposa porque ela<i> "reune condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, estando apta para dar-lhes filhos robustos, são e inteligentes</i>" (p. 179). Chegou a ser recolhida à Casa Verde, certa vez, por manifestar algum desequilíbrio mental. <br />
<br />
c) <b>Crispim Soare</b>s: o boticário. Muito amigo do Dr. Bacamarte e grande admirador de sua obra humanitária. Também passou pela Casa Verde, pois não soube "ser prudente em tempos de revolução", aderindo, momentaneamente, à causa do barbeiro. <br />
<br />
d) <b>Padre Lopes</b>: o vigário local. Homem de muitas virtudes, foi recolhido também à Casa Verde por isso mesmo. Depois foi posto em liberdade, porque sua reverendíssima se saiu muito bem numa tradução de grego e hebraico, embora não soubesse nada dessas línguas. Foi considerado normal apesar da aureola de santo. <br />
<br />
e)<b> Porfírio</b>, o barbeiro: sua participação no conto é das mais importantes, posto que <b>representa a caricatura política na satírica machadiana.</b> Representa bem a ambição de poder, quando lidera a rebelião que depôs o governo legal. Foi preso na Casa Verde duas vezes; primeiro, por ter liderado a rebelião; segundo, porque se negou a participar de uma segunda revolução: "preso por ter cão, preso por não ter cão" . <br />
<br />
Outros figurantes aparecem no conto. Cada um representando anomalias e possíveis virtudes do ser humano.<br />
<br />
</div>GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-41831687628888324532011-04-02T11:22:00.000-07:002011-04-02T11:23:13.854-07:00O Alienista :vale a pena se envolver.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.literal.com.br/_banco/img/1221263707_machado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="207" src="http://www.literal.com.br/_banco/img/1221263707_machado.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: black;">Machado de Assis em fase de plenitude.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: black;">A história contada em<span class="apple-converted-space"> </span><i>O Alienista</i><span class="apple-converted-space"> </span><b>não existiu na realidade material</b>. Desta perspectiva, ela é inverossímil. Porém, a literatura ficcional faz uso da imaginação para produzir uma narrativa, uma verdade e saber legítimos. O que lemos termina por apresentar aspectos verificáveis em personagens e instituições reais, como os hospícios, hospitais, seus loucos e doentes e os encarregados de instituírem a normalidade e curar. Ainda que não verifiquemos similitude plena entre a narrativa literária e a vida material real, ela nos oferece um saber, uma verdade, que nos permite pensar e questionar o real existente. “A arte da ficção cria um texto cuja alta concentração de energias permite a eclosão de uma verdade”.</span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: black;">A literatura, como a ciência, também influi sobre a realidade. Sua presença é perceptível através, por exemplo, da influência de determinadas obras sobre as ações dos seus leitores.<b>A literatura também interfere sobre a formação dos valores dos leitores,</b> expressa épocas históricas determinadas e tem incidência social e política. Ela tanto pode contribuir para a consolidação do ideário conservador, quanto para o seu questionamento. Ela tanto pode fortalecer a elite cultural, na medida em que esta se apropria dos recursos e linguagem, constituindo um<span class="apple-converted-space"> </span><i>capital cultural</i><span class="apple-converted-space"> </span>que tem função distintiva, quanto pode favorecer a resistência aos valores capitalistas sedimentados no elitismo cultural. Dessa forma, a linguagem literária, vale afirmar, o saber produzido pela literatura, é fundamental.</span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: black;">Se o texto científico prima pelo formalismo, pela obediência a regras e procedimentos próprios que o caracterizam enquanto tal, o texto literário também segue convenções, mas é capaz de zombar e ir além delas.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: black;"><b> A literatura se fundamenta na imaginação criativa e, portanto, tem a capacidade de narrar qualquer coisa inerente ao existir humano, isto é, á sua potencialidade inata de pensar e criar. E neste exercício, a obra literária, “pode ridicularizar, parodiar qualquer ortodoxia, crença, valor, imaginar alguma ficção diferente e monstruosa”</b> (CULLER, 1999:46). Talvez por isso os governos e a moral religiosa se vejam eternamente forçados a censurar e impedir que a imaginação humana alce vôos acima das suas estruturas autoritárias.</span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 10.0pt;"><span style="color: #151515;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> <b>O ALIENISTA</b></span></o:p></span></div><div style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 10.0pt;"><span style="color: #151515;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></o:p></span><span class="Apple-style-span" style="color: #151515; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Publicado no jornal A ESTAÇÂO entre 1881 e <st1:metricconverter productid="1882, a" w:st="on">1882,<b> a</b></st1:metricconverter><b> temática central conduz o leitor a uma eterna reflexão sobre os limites entre a insanidade e a razão; o poder da palavra, a loucura da ciência e as relações estabelecidas na sociedade do período.</b> Neste caso, ao utilizar a questão da loucura enquanto uma alegoria, o conto machadiano encerra novas possibilidades de estudo, por ser um relato que apresenta ao leitor os rituais de subserviência, bajulação e clientelismo presentes no Brasil em finais do século XIX. Em contrapartida, o texto questiona o poder das teorias científicas evolucionistas, positivistas e sócio-darwinistas trazidas da Europa que, neste momento histórico, indicariam as respostas para todos os males desta civilização em busca do progresso.</span></div><div style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 10.0pt;"><span style="color: #151515;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Em linhas gerais, o conto (dividido em treze capítulos) apresenta a cidade de Itaguaí; e como a chegada do médico Simão Bacamarte, apresentado enquanto o “... filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das Espanhas...” (p.273) , modificaria as relações existentes valendo-se do poder conquistado através da utilização dos experimentos e pensamento científico.<o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 10.0pt;"><span style="color: #151515;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">No primeiro momento, nos deparamos com a personalidade científica de Simão Bacamarte presente mesmo na escolha da sua esposa “....D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte”.(p.273-274). Com essa afirmação, o autor reforça a idéia do conto enquanto uma paródia ao cientificismo presente nas idéias transplantadas para o Brasil, através dos representantes da elite local, como o Simão Bacamarte, que desenvolveram seus estudos na Europa.<o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 10.0pt;"><span style="color: #151515;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Dessa maneira acompanhamos a criação da Casa de Orates, ou Casa Verde, onde o alienista define o seu objetivo “<b>O principal nesta minha obra da Casa Verde é estudar profundamente a loucura, os seus diversos graus, classificar-lhe os casos, descobrir enfim a causa do fenômeno e o remédio universal.”</b> (p.277).<o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 10.0pt;"><span style="color: #151515;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Durante o processo de seleção e classificação dos loucos, que serão vários durante a estória, notamos outra face do conto, dentre os alienados percebemos <b>os loucos “por amor</b>”, <b>os com mania de grandeza </b>que recitavam toda a sua genealogia, ou faziam discurso em latim e grego, o<b>s casos de monomania religiosa </b>entre tantos outros . Assim,<b> o asilo se transforma não somente em um local de enclausuramento dos loucos mas um retrato da sociedade vigente com seus extratos sociais delimitados e classificados.</b></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Tahoma;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal"><o:p> ( continua...)</o:p></div>GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-21784757528557978692011-03-13T09:17:00.000-07:002011-03-31T04:57:14.171-07:00Roteiro de estudo para a prova mensal-1°tri-Nonos anos.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbi2zRWDZn_p-98Nx3ewl0NZ3yjXE9MZ_zxvI5JhYNvECF-Gtywm91VIxGQQha93l8rVrIVH1NAhNuuhySeDzQDs-3wmtpIZ6jt_3n5eKuNcdblSv9TIIIf2L4riNoIBC17_J4I7qmuHRq/" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" q6="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbi2zRWDZn_p-98Nx3ewl0NZ3yjXE9MZ_zxvI5JhYNvECF-Gtywm91VIxGQQha93l8rVrIVH1NAhNuuhySeDzQDs-3wmtpIZ6jt_3n5eKuNcdblSv9TIIIf2L4riNoIBC17_J4I7qmuHRq/" /></a></div><br />
<strong><span style="font-size: large;">Analisando o <u>Caderno de Contos</u>...</span></strong><br />
<br />
<br />
Ler uma história bem escrita é desfrutar do prazer de conhecer os meandros de uma trama bem urdida , da alma humana e suas características , nem sempre positivas. Analisar a mesma história é entender sua criação , de que maneira ela se processou e que elementos o autor utilizou para se comunicar com o leitor.<br />
<br />
Depois da leitura dos contos : <br />
Vestida de Preto, <br />
A Causa Secreta, <br />
O gato preto e <br />
Gaetaninho, <br />
podemos fazer algumas considerações úteis para um estudo sobre eles:<br />
<br />
1-Quando se pretende analisar um conto,é preciso determinar o <u>foco narrativo.</u> Aos narradores chamamos “ pessoas do discurso”. Quem conta a história? O personagem principal-1° pessoa? Um personagem secundário que dela participa como observador? Ou o autor- em 3° pessoa – *onisciente?<br />
<span style="font-size: x-small;">*onisciência: s.f. Saber absoluto; conhecimento de tudo.</span><br />
<strong>Você tem à sua disposição 4 contos : avalie o foco narrativo de cada um deles.</strong><br />
<strong><br />
</strong><br />
2-<u>Toda história precisa ter começo , meio e fim</u> para que seja compreendida. Essa sequência é o que chamamos de linear – a ordem é direta. Porém, há contos memoráveis, em que a história se passa em *flashback.<br />
*<span style="font-size: x-small;">Flashback é uma interrupção na sequência temporal de um filme, história narrada ou peça de teatro, que leva a narrativa de volta no tempo a partir do ponto em que a história chegou, a fim de apresentar o relato de eventos passados. Realiza-se da seguinte maneira: a ação do presente é interrompida de forma instantânea e uma cena anterior é mostrada ao espectador ou leitor. A técnica é usada para criar um suspense ou um efeito dramático mais forte na história, ou ainda, para desenvolver um personagem.</span><br />
<strong>Observe se algum dos contos que você analisou está em flashback.</strong><br />
<strong><br />
</strong><br />
3-O que leva o leitor a querer ler uma obra é, sem dúvida, um conjunto de fatores, mas <u>personagens</u> bem construídos são determinantes para instigar alguém à leitura, principalmente se as características psicológicas predominarem sobre as físicas. <br />
<strong>Nos contos estudados os personagens são muito ricos quanto à sua construção de caráter e identidade moral. Procure compará-los e encontrar pontos de identidade/diferenças entre eles. </strong><br />
<strong><br />
</strong><br />
4-Toda história tem um <u>*clímax</u>.<br />
<span style="font-size: x-small;">*Clímax, numa narrativa, é o ponto alto de tensão do drama.A partir daí , o conto toma rumos que podem surpreender o leitor.Porém , há aqueles que nos surpreendem pelo **Anticlímax: desfechos que quebram a expectativa que o próprio enredo provoca no leitor. </span><br />
<strong>Observe os contos lidos, determine o clímax ou anti-clímax de cada um deles.</strong><br />
<strong><br />
</strong><br />
5- <u>O espaço e o tempo</u> em que a ação transcorre é de fundamental importância, dependendo da história que se narra. Quando os personagens são densos psicologicamente, o espaço interior predomina sobre o exterior.Isso fica claro em “A causa secreta “.Porém , o mesmo não ocorre em “Gaetaninho”.<br />
<strong>Observe o exposto acima nos contos citados. Fale sobre o espaço e o tempo em que as 4 narrativas se desenvolvem.</strong><br />
<br />
6- Sem dúvida alguma , sempre que se analisa uma obra, pergunta-se : sobre o que ela fala? Qual é o <u>tema</u> ( assunto) central desenvolvido nela?<br />
<strong>Procure definir o tema de cada um dos contos que você leu.</strong><br />
<strong><br />
</strong><br />
<strong>É claro que não se esgota a análise de uma obra apenas pelos itens supracitados, mas eles são suficientes para que se tenha uma visão geral de que escrever é uma arte e requer cuidado e talento.</strong><br />
<br />
<strong>Espero tê-los ajudado, meninos(as).O que ainda falta está em suas mãos: estudar!</strong><br />
<strong>Boa prova!</strong><br />
<b><br />
</b><br />
<br />
<strong>OBS importante</strong> : A teoria aprofundada sobre o assunto encontra-se exposta nos dois posts anteriores a esse. E todos os contos foram devidamente esmiuçados em postagem individual -em sequência-para cada um deles.GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-9756617803415551482011-03-08T10:02:00.000-08:002011-03-13T09:21:26.673-07:00O Conto II -Teoria.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAxkiguac3CCyhpk3l2iBvf9KyNHPpUQtPw-Cf-SgCEw2PumhpU7cUCh7K5IoAbwrpJMuuHlUVxmPUyLHSHpprhI66VN14tu-BOvfvoSshfOFg5vNm4qcBkUfoHokJ12WZM9yNg1D4LLI/s400/Conto+a+Conto_capa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" q6="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAxkiguac3CCyhpk3l2iBvf9KyNHPpUQtPw-Cf-SgCEw2PumhpU7cUCh7K5IoAbwrpJMuuHlUVxmPUyLHSHpprhI66VN14tu-BOvfvoSshfOFg5vNm4qcBkUfoHokJ12WZM9yNg1D4LLI/s320/Conto+a+Conto_capa.jpg" width="225" /></a></div><br />
Continuação...<br />
<br />
<strong>Começo e Epílogo no Conto</strong><br />
<br />
<br />
O cuidado do contista está mais em como iniciar a narrativa, pois das primeiras linhas depende o futuro do conto, do que em terminar. Se o leitor se deixa prender desde o começo, certamente irá até o fim; do contrário esmorece e passa adiante. Acontecendo muito próximos o começo e o fim, o contista não pode perder tempo em delongas, então o epílogo se incrusta na introdução e atraído pelo mistério intuído o leitor vai em busca do final dramático que desconhece, que mal pode imaginar, mas que lhe põe a sensibilidade em sobressalto.<br />
<br />
Como a fabulação começa próxima do fim há grande importância em como mostrar o passado anterior ao fato para justificar as páginas seguintes. O contista não pode deter-se no início em prejuízo do restante. Não há que perder tempo em principiar, já que se está orientado para um fim que de súbito se anuncia, num movimento acelerado que oferece ao leitor uma impressão instantânea de drama, de luz ou de som.<br />
<br />
O epílogo pode ser enigmático, imprevisível, surpreendente e destituído de enigma surpresa ou imprevisto (conto moderno), mas mesmo nesse caso se respeitam as características fundamentais do conto.<br />
<br />
Como fiapos de arte e de vida a imagem da existência fornecida pelo conto é fragmentária e por vezes excessivamente densa. O que o leitor procura no conto é o desenfado e o deslumbramento perante o talento que alcança pôr em reduzidas páginas, tanta humanidade em drama. (Moisés, p.142-3).<br />
<br />
Cabe ressaltar que no prefácio, o autor expõe que a obra em questão não é propriamente uma obra de Teoria Literária; o escopo da obra era oferecer ao leitor uma iniciação, uma introdução ao exame de alguns problemas fundamentais de teoria e filosofia da literatura.<br />
<br />
<br />
<br />
MOISÉS, Massaud. A Criação Literária. São Paulo: Melhoramentos, 1973, pp.119 a 143.GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-69262767785561134952011-02-27T02:21:00.000-08:002011-03-13T09:20:26.065-07:00O Conto I (teoria)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5NIzT2Y3SYVJO8gK5Cq256QnoIBA8rzU-B_GVO-CsFcwboyNh-plJOG9WvnNEE7JCfaalJHnlOcbgYO1yY10IJGcQxocUr5t9xBoC-NKNUoKibws4PhBIpCnnZWFOnvAgQfhxHw3GO85U/s320/a+arte+contar+historias.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" l6="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5NIzT2Y3SYVJO8gK5Cq256QnoIBA8rzU-B_GVO-CsFcwboyNh-plJOG9WvnNEE7JCfaalJHnlOcbgYO1yY10IJGcQxocUr5t9xBoC-NKNUoKibws4PhBIpCnnZWFOnvAgQfhxHw3GO85U/s320/a+arte+contar+historias.jpg" /></a></div><span style="color: #660000; font-family: inherit;">Do ângulo dramático, é unívoco, univalente. Constitui uma unidade ou célula dramática:<strong> um só conflito, um só drama, uma só ação.</strong> Tudo leva a um mesmo objetivo, a um mesmo ponto. Ao conto aborrece as divagações, digressões, excessos (Moisés, p. 124). É um drama que apresenta um fim em si próprio, com começo, meio e fim, corresponde ao momento mais importante da vida da personagem, sem importar o antes ou o depois. Pode haver uma "síntese dramática", mas o passado e o futuro possuem pouco ou nenhum significado. </span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;"></span><br />
<span style="color: #660000;"><span style="font-family: inherit;"><strong>No conto há unidade de ação, espaço, tempo e tom</strong>. Em relação ao espaço, o lugar físico em que a ação decorre possui interesse dinâmico. Em relação ao tempo, <strong>o período é sempre curto, horas ou dias</strong> (ou não será um conto). Preocupa-se com o centro nevrálgico da questão, sendo objetivo e atual, vai direto ao ponto, sem deter-se em pormenores secundários. Essa objetividade é ressaltada justamente pela unidade de ação, lugar e tempo. Quanto ao tom, a intenção é provocar no espírito do leitor uma só impressão: pavor, piedade, ódio, simpatia ... ou seus contrários. O conto opera com ação e não com "caracteres". Ele apenas cria situações conflituosas em que todos nós, indistintamente podemos espelhar-nos. Nesse caso as personagens são consideradas como instrumentos da ação. (Moisés, p. 126).</span></span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;"></span><br />
<strong><span style="color: #660000; font-family: inherit;">Personagens</span></strong><br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;">As unidades requeridas de ação, tempo, lugar e tom só podem estabelecer-se com<strong> poucas personagens</strong>. Só não existe o conto com uma única personagem. Se uma só aparecer, outra figura deve estar atuando para a formulação do conflito. Por fim, as personagens tendem a ser estáticas, imóveis no tempo, no espaço e na personalidade. Figura-se uma tela em que se fixa plasticamente o apogeu de uma situação humana. (Moisés, p.127).</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;"></span><br />
<strong><span style="color: #660000; font-family: inherit;">Estrutura</span></strong><br />
<span style="color: #660000;"><span style="font-family: inherit;">Por ser "objetivo", "plástico", "horizontal", <strong>costuma ser narrado na terceira pessoa</strong>. Usa as palavras <span style="mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">suficientes e necessárias, convergindo para o alvo; a imaginação prende-se plasticamente à realidade concreta em verossimilhança com a vida.</span></span></span><br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;"><strong>Linguagem</strong></span><br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;">À linguagem do conto cabe ressaltar a ação, antes da intenção. Por seu estofo eminentemente dramático, deve ser, tanto quanto possível, dialogado. Sem diálogo não há discórdia, desavença ou malentendido; sem isso não há conflito, nem ação. As palavras como signos de sentimentos, idéias, pensamentos, emoções, podem construir ou destruir. Sem diálogo torna-se impossível qualquer forma completa de comunicação (Moisés, p.128).</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;"></span><br />
<span style="color: #660000;"><span style="font-family: inherit;"><strong>O diálogo é a base expressiva do conto</strong>. Há quatro tipos de diálogo:</span></span><br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;">1) direto (discurso direto)- as personagens falam diretamente.</span><br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;">2) indireto (discurso indireto)- o contista resume a fala em forma narrativa, sem destacar o diálogo.</span><br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;">3) indireto livre (discurso indireto livre)- fusão entre a terceira e a primeira pessoa narrativa, entre autor e personagem, "numa espécie de interlocutor híbrido" de modo que a "fala de determinada personagem ou fragmentos dela, inserem-se discretamente no discurso indireto através do qual o autor relata os fatos". </span><br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;">4) diálogo (ou monólogo interior)- acontece dentro, no mundo psíquico da personagem; fala consigo mesma por as palavras conterem "vários níveis de consciência antes que sejam formuladas pela fala deliberada". (Moisés, p 129)</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br />
</span><br />
<span style="color: #660000;"><span style="font-family: inherit;"><strong>Narração, Descrição e Dissertação</strong> </span></span><br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;">Narração e descrição são pouco utilizadas, mas a descrição pode ter mais importância, dependendo do tipo de história. As personagens dos contos são diferenciadas pelo contorno dramático ou psicológico e não pela fisionomia ou vestimenta. Não há interesse em oferecer desenho acabado das figuras.<strong> O drama mora nas pessoas, não nas coisas ou roupagens; estas, quando muito, refletem-no</strong>. (Moisés, p. 131).</span><br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;">O uso da dissertação é mais raro ainda, embora alguna contistas de talento o utilizem (como Machado de Assis em Dom Casmurro).</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;"></span><br />
<strong><span style="color: #660000; font-family: inherit;">Trama</span></strong><br />
<strong><span style="color: #660000; font-family: inherit;">Sempre linear, objetiva, segue a cronologia do relógio em continuidade semelhante à da vida real. Quando começa, já está perto do epílogo. É dominado pela "precipitação". Apesar disso, contém um mistério, um nó dramático a ser desfeito, sem truques, de forma que o drama explode imprevistamente.</span></strong><br />
<span style="color: #660000;"><span style="font-family: inherit;"><span style="color: #20124d;"><strong>A grande força do conto - e calvário dos contistas - consiste no jogo narrativo para prender o leitor até o desenlace, que é de regra geral um enigma</strong></span>. (Moisés, p. 132)</span></span><br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;">O final é uma surpresa, deixa uma semente de meditação ou de pasmo diante da nova situação e a narrativa suspende-se e escapa das mãos. A vida continua, mas o conto se fecha completo. Há casos em que o enigma vem diluído ao longo do conto.</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;"></span><br />
<strong><span style="color: #660000; font-family: inherit;">Foco Narrativo</span></strong><br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;">Classificação de Cleanth Brooks e Robert Penn Warren:</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;"></span><br />
<span style="color: #660000;"><span style="font-family: inherit;">1) <strong>personagem principal conta sua história:</strong><span style="mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">é um tanto limitador pois pode parecer juiz em causa própria; oferece a vantagem de dar a ilusão de presentividade; expediente primário e espontâneo.</span></span></span><br />
<span style="color: #660000;"><span style="font-family: inherit;">2)<strong> uma personagem secundária conta a história da personagem central:</strong><span style="mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">mais distância entre o leitor e o conteúdo da narrativa; quem conta foi ou é testemunha; pode ainda constituir disfarce do autor, mais do que as outras personagens; apresenta mais desvantagens que vantagens e é pouco usado.</span></span></span><br />
<span style="color: #660000;"><span style="font-family: inherit;">3) <strong>o escritor, analítico ou onisciente conta a história:</strong><span style="mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">acompanha as personagens a todos os lugares, entra-lhes na intimidade, devassa seu mundo psicológico, esquadrinha-lhes os abismos inconscientes e subconscientes, conhece-lhes as mínimas palpitações; nesse caso a fabulação perde em impacto por ser indireta, oblíqua, mas ganha em riqueza de situações e pormenores; presta-se a narrativas lentas do gênero psicológico ou introspectivo; perde também em verossimilhança, característica fundamental do conto. (Moisés, p. 135).</span></span></span><br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;">4) <strong>o escritor conta a história como observador</strong>:<span style="mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">semelha os defeitos do segundo foco, mas amplia a faixa de observação; suspende ou diminui a penetração psicológica (considerando a referência do terceiro foco) em favor da ação, do conflito, de modo a tornar a narrativa mais linear, menos complexa.</span>Cada foco tem vantagens e desvantagens, então <strong>o importante é escolher adequadamente o foco que leve a realizar o intento, que é contar uma história que nos convença</strong>. O bom contista não forja a estrutura, nem o ponto de vista (ou foco). Tudo já existe pronto, como um esqueleto, no ato mesmo de contar a história.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br />
</span><br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;">Concluindo o tópico, pode-se dizer que "o ficcionista é sempre onisciente, ainda quando pareça conceder aos personagens a primazia da narrativa ou do diálogo (...) porque a obra nasce dele, sobretudo entendendo onisciência não como consciência, mas como conhecimento integral ( isto é, pela memória, pela imaginação, pela reflexão) dos materiais de ficção (isto é, o Homem, a Natureza, o Tempo, a História)." (Moisés, p.136).</span><br />
<br />
<span style="color: #660000; font-family: inherit;"></span><br />
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><br />
<span style="color: #660000;"></span></span><br />
Continua...<br />
<br />
<span style="color: #663300; font-family: Georgia; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">Fonte :MOISÉS, Massaud. A Criação Literária. São Paulo: Melhoramentos, 1973, pp.119 a 143.</span>GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-24656542788188964692011-02-19T12:52:00.000-08:002011-02-19T12:54:38.976-08:00Gaetaninho.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.supletivo.com.br/materias/obras_literarias/bras_bexiga_e_barra_funda/index_arquivos/image003.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" j6="true" src="http://www.supletivo.com.br/materias/obras_literarias/bras_bexiga_e_barra_funda/index_arquivos/image003.gif" /></a></div>Alcântara Machado<br />
Observamos na obra de Alcântara Machado, como traço mais característico, o uso de expressões italianas para marcar a influência da imigração e da miscigenação racial na constituição da sociedade paulistana.<br />
<br />
Em Gaetaninho há uma divisão do conto em cinco cenas, característica notadamente cinematográfica, dada pelo corte narrativo existente de uma cena para outra, introduzindo uma nova situação, em um tempo e espaço também novos. Essa superposição de cenas compõe o todo como uma colagem, como se o narrador estive com uma câmera fotografando cena por cena.<br />
Um dos recursos utilizados pelo autor para ilustrar a ação do personagem é a linguagem radiofônica. Como se fosse um locutor esportivo, o narrador descreve os fatos.<br />
<br />
O ambiente da trama é constituído por traços leves, demonstrando uma certa preocupação jornalística, mas que, no entanto, consegue identificar perfeitamente a condição sócio-econômica das personagens, como na passagem:<br />
“<em>Ali na Rua Oriente a ralé quando muito andava de bonde. De automóvel ou carro só mesmo em dia de enterro. De enterro ou de casamento. Por isso mesmo o sonho de Gaetaninho era de realização muito difícil. Um sonho.”</em><br />
Ainda neste trecho, notamos um certo valor social presente no desejo de Gaetaninho de andar de automóvel e ser admirado pelas pessoas, valor que talvez fosse associado como representação da elite, do status econômico.<br />
<br />
O final do conto é surpreendente, tanto pela rapidez com que se dá a morte de Gaetaninho, quanto pela ambiguidade causada pela frase “Amassou o bonde”. Tomando-se o sentido do verbo amassar em português e sabendo que em italiano ammazzare significa matar, permite uma dupla interpretação do trecho final, já que não se sabe se foi o garoto que atropelou o bonde ou contrário, o que garante, para um final que parecia ser trágico, um caráter cômico.<br />
<br />
Gaetaninho era um jovem que sonhava sempre em ir na frente de um cortejo fúnebre; atropelado por um bonde, acaba realizando, morto, seu sonho.GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-87802907444450354152011-02-19T12:37:00.000-08:002011-02-19T12:42:33.310-08:00Alcântara Machado e a imigração italiana em S.Paulo.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://loja.novaalexandria.com.br/data/arquivos/produtos/299_g.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" j6="true" src="http://loja.novaalexandria.com.br/data/arquivos/produtos/299_g.jpg" width="213" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><em>De acordo com Paola Giustina Baccin, professora da Faculdade de Letras da Universidade de São Paulo (USP), os italianismos foram introduzidos no Brasil por meio de duas grandes correntes migratórias. A primeira ocorreu no final do século 19 e início do 20, com italianos vindos principalmente das regiões da Itália setentrional para o Sul e Sudeste do Brasil a fim de trabalhar na lavoura. A segunda foi após a Segunda Guerra Mundial, com imigrantes vindos da Itália setentrional novamente para a Grande São Paulo, onde foram trabalhar na indústria.</em></div><div style="text-align: left;"><em></em></div><div style="text-align: left;"><em>Os imigrantes trouxeram a cultura italiana no modo de se vestir, na religiosidade, na língua e nos dialetos com os quais se comunicavam. Os italianismos provenientes desse contato entraram para a nossa língua principalmente por intermédio da forma oral, de pais para filhos, entre vizinhos, de empregado para patrão etc., e, como estão há muito tempo no léxico, adaptaram-se ou desapareceram. Algumas das unidades lexicais, no entanto, ainda são sentidas como italianismos, apesar da total adaptação fonética, caso de "espaguete", "nhoque" e "lasanha" - avalia Baccin.</em></div><em></em><br />
<div style="text-align: left;"><em>O resultado de todo esse processo é que, segundo Baccin, muitos italianismos acabaram dicionarizados, caso de "adaggio", "allegro" e "andante", no campo musical; "arlequim", "colombina" e "vedeta", no teatro; "afresco", "aquarela" e "caricatura", nas artes plásticas; e "amainar", "escolta" e "piloto", na navegação. Outras palavras que têm a mesma origem são "bandido", "canhão", "baderna", "gelatina", "ágio" e "capricho".</em></div><div style="text-align: left;"><em>Assim como esses vocábulos, tão bem adaptados ao português que nem parecem ter vindo de outro idioma, os ítalo-brasileiros também já fazem parte da paisagem multicultural brasileira. Os quadros nesta página funcionam como um inventário da influência linguística italiana, seja personificada pelo sotaque caricato das telenovelas; seja no processo de tombamento do sotaque da Mooca, em São Paulo; ou ainda na pele do personagem Juó Bananére, criado pelo jornalista Alexandre Marcondes .</em></div><em></em><br />
<div style="text-align: left;"><em>Um marco da utilização do linguajar dos "ítalo-paulistas" e do registro da vida cotidiana dos imigrantes italianos é o livro de contos <span style="font-size: large;"><strong>Brás, Bexiga e Barra Funda</strong></span>, do paulistano Antônio de Alcântara Machado. Com linguagem leve e bem-humorada, ali aparecem expressões como "lavorar", "ciao", "andiamo", "repito un'altra vez" e "banzando" (brincando), proferidas por personagens chamados Beppino, Carmela, Nicolino, Lisetta, Rocco e <span style="font-size: large;"><strong>Gaetaninho.</strong></span></em><br />
<br />
<strong>Alcântara Machado</strong> <br />
Um dos mais originais representantes do movimento modernista brasileiro, descreve com maestria o universo multicultural da cidade nas primeiras décadas deste século. Em suas obras, destaca a influência italiana na construção do singular caráter paulistano, especialmente no campo da linguagem. Retrata com fidelidade os bairros da cidade, mostrando os hábitos e dramas da população, bem como as contradições do rápido e forçado processo de urbanização.<br />
<br />
<br />
Em “Brás, Bexiga e Barra Funda”, exibe as peculiaridades do período de transição entre a velha província e a grande metrópole. A pobreza, a revolta e a quase ingenuidade proletária em contraste com o espanto e a hesitação da aristocracia decadente e dos novos ricos. Alcântara Machado escreve sobre uma fase de adaptações. <br />
<br />
Nascido em São Paulo, a 25 de maio de 1901, morreu no Rio de Janeiro, em 14 de abril de 1935. Publico<br />
<br />
<strong>“Brás, Bexiga e Barra Funda”, contos, em 1927.</strong><br />
<br />
<br />
<span style="font-size: large;"></span><br />
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</div><strong></strong><br />
<div style="text-align: left;"><br />
</div><br />
<div style="text-align: left;"><br />
</div>GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-47104176638802318882011-02-13T11:54:00.000-08:002011-02-13T11:54:10.766-08:00O gato preto.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.revistaurbano.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/10/gato-preto-4290c1-500x500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><em><img border="0" h5="true" height="320" src="http://www.revistaurbano.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/10/gato-preto-4290c1-500x500.jpg" width="320" /></em></a></div><em>O grego Heródoto (484-425 a.C), considerado “o pai da História”, afirmava que os egípcios antigos eram “os mais escrupulosamente religiosos de todos os homens”. Entre eles, a religião estava presente em qualquer um dos aspectos da vida, e na origem dos deuses encontrava-se razão para divinização de diversos animais, entre os quais o crocodilo, o cão ou o gato, este um animal doméstico que se transformou em cosmopolita porque é o único felino que vive espontaneamente na residência dos homens.</em> <br />
<em><br />
</em><br />
<em>Mas seus hábitos noturnos, decorrentes provavelmente da preferência pela caça não só de ratos, como também de répteis, pequenas aves e até mesmo a apanha de peixes, quando ela é possível, fizeram nascer e crescer na Idade Média a idéia de que ele tinha parte com o demônio, principalmente se fosse preto, porque essa era a cor que simbolizava as trevas onde o diabo vivia. E essa crença chegou a tal ponto que o papa Inocêncio VIII (1432-1492) não hesitou em incluí-lo na lista dos “mais procurados” pelo tribunal eclesiástico conhecido como Inquisição, responsável pela condenação, mutilação e morte de um número indeterminado de homens e mulheres acusados da prática de bruxaria, feitiçaria ou heresia.</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em>São muitas as histórias sobre a fama negativa dos gatos. Numa delas, diz-se que em certa noite de 1560, um deles, de cor negra, foi perseguido a pedradas por algumas pessoas. Machucado, ele procurou refúgio na casa de uma velha senhora que costumava abrigar esses animais sem dono. No dia seguinte, os moradores da Lincolnshire – cidade inglesa onde supostamente ocorreu o caso – perceberam que a anciã também apareceu machucada, surgindo daí a conclusão de que ela era uma bruxa, e de que a forma de gato nada mais era que seu disfarce noturno. Também na França os gatos não tinham boa vida. Mas em 1630 o rei Luis XIII (1601-1643) resolveu amenizar o dia a dia desses felinos proibindo que fossem perseguidos. Uma outra história conta que Charles I (1600-1649), rei da Inglaterra, acreditava que seu gato preto lhe trazia boa sorte, e seu medo de perdê-lo era tanto que o mantinha dia e noite sob vigilância. Um dia depois da morte do gato, ele foi preso e em seguida executado.</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em>Na mitologia escandinava, uma lenda sobre Freia, ou Freija, deusa do amor e patrona da fecundidade, diz que sua carruagem era puxada por dois gatos pretos que depois de servi-la por sete anos transformavam-se em feiticeiras. Tempos depois, já na Idade Média, esses felinos foram associados ao demônio, e por serem animais de atividade predominantemente noturna, criaram em torno de si a ideia de que além de sobrenaturais e servidores de bruxas, ou até mesmo as próprias bruxas, eram também possuidores de poderes apavorantes e personificação do mal e do mistério, daí porque qualquer coisa de ruim que acontecesse, a culpa lhes era sempre atribuída. A história também revela que em tempos passados a punição por determinados crimes incluía a extirpação da língua do condenado, sendo esse órgão dado em seguida aos animais. Quem garante que não tenha se originado daí a frase "O gato comeu sua língua?".</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em>Muito embora os gatos domésticos não sejam mencionados na Bíblia, a lenda assegura que eles foram criados quando em determinado momento a Arca de Noé ficou infestada de ratos. Para resolver o problema, Noé ordenou que o leão espirrasse, e foi desse espirro que se formou o gato.</em><br />
<br />
<a href="http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=115930" target="_blank"><span style="color: blue;">http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=115930</span></a>GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-13589110915051280322011-02-13T06:08:00.000-08:002011-02-13T06:08:03.178-08:00Quem é Edgar Allan Poe?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://fuzarcaatuadores.zip.net/images/EdgarA.Poe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" h5="true" height="320" src="http://fuzarcaatuadores.zip.net/images/EdgarA.Poe.jpg" width="213" /></a></div><br />
<em>Edgar Allan Poe nasceu em Boston, no dia 19 de Janeiro de 1809. apesar de muito inteligente era também muito genioso. Era um jovem aventureiro, romântico, orgulhoso e idealista.</em><br />
<em></em><br />
<br />
<em>Aos 22 anos, vivendo na miséria, publica Poemas. J Allan Poe passa a viver com uma tia muito pobre e viúva. Durante dois anos vive em miséria profunda. Mas vence dois concursos de poesias e o editor Thomaz White entrega-lhe a direção do "Southern Literary Messenger". </em><br />
<em><br />
</em><br />
<em>Em 1833 lança Uma aventura sem paralelo de um certo Hans Pfaal. Dirige a revista por dois anos. Allan Poe gozava de uma certa reputação com leitores assíduos. Depois de sua vida estabilizada, aos 27 anos casa-se com sua prima de 13 anos, Virgínia Clemn. No ano de 1838 trabalha na Button’s Gentleman Magazine na companhia de sua esposa. O casal vivera na Filadélfia, Nova York e Fordham. Em 1847, sofre com a morte de sua esposa vitimada pela tuberculose. </em><br />
<em><br />
</em><br />
<em>Em 1845, Allan Poe lança O Corvo. Eureka e Romance Cosmogônico lhe atribuem a fama necessária para provocar a censura da imprensa e da sociedade. Desiludido, volta para Richmore e depois vai para Nova York e entrega-se à bebida. Antes de seguir para a Filadélfia, resolve encontrar-se com velhos amigos. Na manhã seguinte, Poe é encontrado por um amigo em estado de profundo desespero, largado numa taberna sórdida, de onde o transportaram imediatamente para um hospital. Estava inconsciente e moribundo. Ali permaneceu, delirando e chamando repetidamente por um misterioso "Reynolds", até morrer, na manhã do domingo seguinte, aos 40 anos e deixando uma vasta obra em sua vida de sacrifícios e desordem. Era 7 de outubro de 1849, e os Estados Unidos perdiam um de seus maiores escritores. Até hoje não se sabe ao certo o que tenha acontecido naquela noite. Teria o autor, sido vítima da loucura que em tantos contos narrou? Muitos afirmam que tenha sido vítima de uma quadrilha que o envenenou, mas o mais certo é que tenha tido uma overdose de ópio. </em><br />
<em><br />
</em><br />
<em>Seus contos de horror apresentam invariavelmente personagens doentias, obsessivas, fascinadas pela morte, vocacionadas para o crime, dominadas por maldições hereditárias, seres que oscilam entre a lucidez e a loucura, vivendo numa espécie de transe, como espectros assustadores de um terrível pesadelo. Entre os contos, destacam-se <span style="font-size: large;"><strong>O gato preto,</strong></span> Ligéia, Coração denunciador, A queda da casa de Usher, O poço e o pêndulo, Berenice e O barril de amontillado. Os contos analíticos, de raciocínio ou policiais, entre os quais figuram os antológicos Assassinato de Maria Roget, Os crimes da Rua Morgue e A carta roubada, ao contrário dos contos de horror, primam pela lógica rigorosa e pela dedução intelectual que permitem o desvendamento de crimes misteriosos.</em><br />
<br />
<em>Poe se concentrava no terror psicológico, vindo do interior de seus personagens ao contrário dos demais autores que se concentravam no terror externo, no terror visual se valendo apenas de aspectos ambientais.</em><em>Geralmente, os personagens sofriam de um terror avassalador, fruto de suas próprias fobias e pesadelos, que quase sempre eram um retrato do próprio autor, que sempre teve sua vida regida por um cruel e terrível destino. <strong>Nenhum de seus contos é narrado em terceira pessoa, desse modo, vê-se como realmente é sempre "ele" que vê, que sente, que ouve e que vive o mais profundo e escandente terror.</strong> São relatos em que o delírio do personagem se mistura de tal maneira à realidade que não se consegue mais diferenciar se o perigo é concreto ou se trata apenas de ilusões produzidas por uma mente atormentada.</em><br />
<em><br />
</em>GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-46515277471375810842011-02-08T05:25:00.000-08:002011-02-08T05:34:31.239-08:00A causa secreta : um toque de mestre.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://balaiodasletras.files.wordpress.com/2009/11/causa_secreta.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" h5="true" height="320" src="http://balaiodasletras.files.wordpress.com/2009/11/causa_secreta.jpg" width="244" /></a></div><br />
<span style="color: #660000; font-family: Verdana, sans-serif;">A sociedade em seu comportamento sempre foi o foco dos estudos e das obras machadianas. O autor sempre buscou analisar as atitudes de suas personagens como representações de figuras presentes na sociedade. Mesmo, em muitos momentos, mostrando traços da natureza humana, Machado não os via como aspectos negativos, mas sim como naturais. Qualquer ser humano, dependendo da situação a que seja submetido, pode apresentar características, aparentemente, negativas aos olhos da sociedade. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
<span style="color: #660000;"></span></span><br />
<span style="mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: #660000; font-family: Verdana, sans-serif;">A natureza humana pode ser representada como uma caixa de surpresas, o homem apresenta-se das mais variadas e surpreendentes formas. Ora movido por seus desejos, ora por convenções sociais. </span></span><br />
<span style="mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: #660000; font-family: Verdana, sans-serif;">As personagens de Machado são também representações sociais, vale analisá-las, refletir sobre elas, questioná-las, mas nunca julgá-las, pois pode ser que em algum momento nos vejamos espelhados e presos a uma realidade já vista na ficção literária.</span></span><br />
<span style="color: #660000;"><br />
</span><br />
<span style="color: #660000; font-family: Verdana, sans-serif;">Esse é um conto surpreendente . Traz em sua temática principal a descoberta do sarcasmo no comportamento de um dos seus personagens (Fortunato), que era capaz de realizar atos de bondade, desde que seu <strong>prazer sádico</strong> fosse satisfeito. O conto relata a história de dois homens (Fortunato e Garcia), que se conheceram de uma forma interessante, um salva vida do outro. Algum tempo depois acabam por tornarem-se sócios, o que ocasiona uma sucessão de encontros na residência de Fortunato que era casado com Maria Luísa.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
<span style="color: #660000;"></span></span><br />
<span style="color: #660000; font-family: Verdana, sans-serif;">Aos poucos, Fortunato vai apresentando características sádicas, tendências para a tortura de animais, fato que deixa a esposa muito angustiada. Quando ela chega a falecer, o marido presencia a cena do amigo (Garcia) que sofre com a morte de sua esposa e tenta beijá-la na testa, ele saboreia o choro de Garcia, considera-o um traidor e tem prazer no seu sofrimento. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
<span style="color: #660000;"></span></span><br />
<span style="color: #660000; font-family: Verdana, sans-serif;"> Machado faz talvez um de seus melhores "desenhos psicológicos", mostra que na perfeita normalidade social de Fortunato, um senhor rico, casado e de meia-idade, que demonstra interesse pelo sofrimento, socorrendo feridos e velando doentes, reside, na verdade, um sádico, que transformou a mulher e o amigo num par amoroso inibido pelo escrúpulo. </span><br />
<span style="color: #660000; font-family: Verdana, sans-serif;">Este escrúpulo, que proporciona sofrimento ao par, é a causa secreta do prazer de Fortunato e de sua atitude de manipulação de que o rato, no conto, é símbolo. Mesmo em ambiente burguês, os personagens parecem ratos de laboratório, uma analogia muito explorada pelo autor, na cena mais forte do conto, em que Fortunato tortura o rato. O trecho a seguir descreve a cena de tortura do animal. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
<span style="color: #660000;"></span></span><br />
<em><span style="color: #660000; font-family: Verdana, sans-serif;">[...] Na mão direita tinha uma tesoura. No momento em que o Garcia entrou, Fortunato cortava ao rato uma das patas; em seguida desceu o infeliz até a chama, rápido para não matá-lo... Garcia estacou horrorizado.</span></em><br />
<em><span style="color: #660000; font-family: Verdana, sans-serif;">- Mate-o logo! Disse-lhe.</span></em><br />
<em><span style="color: #660000; font-family: Verdana, sans-serif;">- Já vai</span></em><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="color: #660000;"><em>E com um sorriso único, reflexo de alma satisfeita, alguma coisa que traduzia a delícia íntima das sensações supremas, Fortunato cortou a terceira pata ao rato, e fez pela terceira vez o mesmo movimento até a chama</em> [...]. </span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
<span style="color: #660000;"></span></span><br />
<span style="color: #660000; font-family: Verdana, sans-serif;">O lento ritual descrito pelo narrador, prolonga ainda mais o prazer da personagem. O narrador não economiza nos detalhes, não encurta a cena, ele a descreve por inteiro ao leitor, o que possibilita a percepção do comportamento sádico de Fortunato. Em 3ª pessoa, o narrador onisciente constitui uma notável caracterização psicológica em que revela, ao fazer o estudo do personagem Fortunato, o ápice do prazer que é conseguido na contemplação da desgraça alheia.</span><br />
<span style="color: #660000; font-family: Verdana, sans-serif;">Durante o conto, o narrador apresenta vários indícios, tanto sobre a personalidade de Fortunato, como também da paixão de Garcia por Maria Luísa. O trecho a seguir retrata um comportamento de crueldade de Fortunato. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
<span style="color: #660000;"></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="color: #660000;"><em>[...] Ia devagar, cabisbaixo, parando às vezes, para dar uma bengalada em algum cão que dormia [.</em>..]. Essa atitude permite ao leitor refletir sobre possíveis atos de maldade que a personagem faria, pois demonstra que se divertia com o sofrimento alheio.</span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
<span style="color: #660000;"></span></span><br />
<span style="color: #660000; font-family: Verdana, sans-serif;">Outros trechos como: <em>Garcia foi lá domingo. Fortunato deu-lhe um bom jantar, bons charutos e boa palestra, em companhia da senhora, que era interessante. [...] Era esbelta, airosa, olhos meigos e submissos [...] Maria Luísa ficou desconsolada com a zombaria do marido; mas o médico restituiu-lhe a satisfação anterior [...] Garcia começou a sentir que alguma coisa o agitava quando ela aparecia.</em> Esses fragmentos do texto demonstram que a trama de um triângulo amoroso estava se formando lentamente. Aparecem como sinais indicativos para o desfecho do conto.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
<span style="color: #660000;"></span></span><br />
<span style="color: #660000; font-family: Verdana, sans-serif;">A personagem de Maria Luísa se mostra como uma figura feminina frágil, submissa, sensível e temerosa. Ela detestava os traços de crueldade do marido, sua frieza pra lidar com sangue, com doenças. Ele sempre tentava convencê-la de que era normal, ela que era fraca . </span><br />
<span style="color: #660000; font-family: Verdana, sans-serif;">Ao final do conto, com a doença e morte de Maria de Luísa desvenda-se a causa secreta, tanto da possibilidade de traição como da personalidade sádica de Fortunato que se deleita com o sofrimento do amigo. Fortunato, à porta, onde ficara, saboreou tranqüilo essa explosão de dor moral que foi muito longa, deliciosamente longa. Fortunato que inicialmente se mostra dedicado à doença da mulher, esquece-se da dor de uma possível traição, deixando a mostra sua verdadeira personalidade sádica.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
<span style="color: #660000;"></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="color: #660000;">É fantástico perceber como o autor desnuda aqui um comportamento doentio que norteia ações que aos olhos da sociedade podem parecer da mais completa bondade e dedicação ao próximo. <strong>É um tema muito comum em Machado de Assis a ideia de que a aparência opõe-se radicalmente à essência.</strong></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
<span style="color: #990000;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Arial; font-size: 9pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">Fonte: <a href="http://www.webartigos.com/articles/23248/1/NOITE-DE-ALMIRANTE-E-A-CAUSA-SECRETA-DE-MACHADO-DE-ASSIS-VESTIGIOS-DE-CRUELDADE-SARCASMO-E-IRONIA-NA-NATUREZA-HUMANA/pagina1.html#ixzz1DJm85VP8"><span style="color: #003399;">http://www.webartigos.com/articles/23248/1/NOITE-DE-ALMIRANTE-E-A-CAUSA-SECRETA-DE-MACHADO-DE-ASSIS-VESTIGIOS-DE-CRUELDADE-SARCASMO-E-IRONIA-NA-NATUREZA-HUMANA/pagina1.html#ixzz1DJm85VP8</span></a></span>GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-78080368022542116152011-02-06T06:56:00.000-08:002011-02-06T06:59:28.579-08:00Algumas curiosidades sobre um gênio : Machado de Assis.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_3XC_aw_cNNc/SHK59Eq0sRI/AAAAAAAAAkY/dj-LGa582v4/machado+de+assis.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><em><img border="0" h5="true" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/_3XC_aw_cNNc/SHK59Eq0sRI/AAAAAAAAAkY/dj-LGa582v4/machado+de+assis.JPG" width="224" /></em></a></div><em><br />
</em><br />
<em>O pai de Machado de Assis era um descendente de escravos que trabalhava como pintor de paredes. A mãe, portuguesa de Açores, faleceu quando Machado tinha 10 anos. Sua única irmã morreu vítima de sarampo com sete anos de idade. </em><br />
<em>Era gago e epiléptico.</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em>Segundo seus biógrafos, Machado não teve educação formal. Para ajudar a família, começou a trabalhar vendendo balas e doces feitos por sua madrasta. Foi engraxate e coroinha.</em><br />
<em>Era influente em francês, língua que aprendeu com um padeiro. O alemão e o inglês Machado aprendeu estudando sozinho.</em><br />
<br />
<em>A caligrafia do escritor era tão ruim que, às vezes, até ele tinha dificuldade de entender o que escrevia.</em><em>Era casado com Carolina Augusta Xavier de Novais, uma portuguesa culta, com quem viveu- sem filhos- durante 35 anos.</em><br />
<em>Seu jogo predileto era o xadrez. Participou do primeiro campeonato de xadrez disputado no Brasil. As peças usadas pelo escritor estão, até hoje, em exposição da ABL – Academia Brasileira de Letras.</em><br />
<em><br />
</em><br />
<em>A Academia Brasileira de Letras teve Machado de Assis como um de seus fundadores. Ao invés de ocupar a cadeira número 1, ele ficou com a 23. O patrono da cadeira número 1 foi o escritor cearense José de Alencar</em><br />
<em>Enquanto escrevia <strong>Memórias Póstumas de Brás Cubas,</strong> foi acometido por uma de suas piores crises intestinais, com complicações para sua frágil visão. Os médicos recomendaram três meses de descanso em Nova Friburgo. Sem poder ler nem redigir, ditou grande parte do romance para a esposa, Carolina .</em><br />
<br />
<strong>Recadinho:</strong><br />
<strong>Pois é, meninos(as) , a vida não é fácil, mas a gente pode domá-la com garra e persistência. Machado de Assis é um exemplo nítido de que podemos muito , quando vamos à luta.</strong><br />
<strong>Inspirem-se!</strong>GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7069785174870328810.post-46988766713113382152011-02-05T10:08:00.000-08:002011-02-05T10:12:06.367-08:00Vestida de Preto : um conto memorialista.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTXYzE1JqSM00FmoWO2rqqkF583Qn_LDOCKSOhx62wpE86ErZxSKoGCkJsmtBQrNN19TAwLE3lNG-nSt_qWthNDBFMpV7C49xFQty5Gx2GH6et4dF-PY1OOoxnFl47RQaUmRRyWhXC8_hC/s400/anjo_mulher.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" h5="true" height="277" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTXYzE1JqSM00FmoWO2rqqkF583Qn_LDOCKSOhx62wpE86ErZxSKoGCkJsmtBQrNN19TAwLE3lNG-nSt_qWthNDBFMpV7C49xFQty5Gx2GH6et4dF-PY1OOoxnFl47RQaUmRRyWhXC8_hC/s320/anjo_mulher.jpg" width="320" /></a></div><br />
<strong>Vestida de Preto</strong> narra a história de um amor que surge na infância e que é interrompido por uma Tia que julga a atitude das crianças como algo feio e pecaminoso. Porém, a reconstituição da ordem ou a união do par amoroso não acontece.<br />
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<u>Vestida de Preto e Tempo de Camisolinha</u> são contos marcados pela criação católica do autor. Em relação ao primeiro, Juca e Maria são expulsos do paraíso assim como Adão e Eva. "(...) <em>o travesseiro cresceu como um danado dentro de mim e virou crime. Crime não, "pecado" que é como se dizia naqueles tempos cristãos." (ANDRADE, 1999, p.20). </em><br />
<em><br />
</em><br />
Também no trecho seguinte temos a presença da religiosidade e do pecado: (...) <em>Durasse aquilo uma noite grande, nada mais haveria porque é engraçado como perfeição fixa a gente. O beijo me deixara completamente puro, sem minhas curiosidades nem desejos de mais nada, adeus pecado e adeus escuridão! Se fizera em meu cérebro uma enorme luz branca, meu ombro bem que doía no chão, mas a luz era violentamente branca, proibindo pensar, imaginar, agir. Beijando.</em>" (ANDRADE, p.21, 1999).<br />
Existe um contrate entre "escuridão" que se relaciona ao mal, e a luz conotando a pureza e a perfeição. <br />
<br />
As crianças são expulsas do quarto pela Tia Velha de quem Juca afirma "<em>Nunca gostei de Tia Velha",</em> subentendendo que a Tia sempre foi responsável por atrapalhar suas aventuras de criança. <strong>A Tia é portanto a antagonista da narrativa</strong>, assim como em outros episódios da vida do menino não abordados pela narrativa.<br />
<br />
Com a chegada da Tia no quarto, após chamar a atenção das crianças e mandarem elas saírem, Juca percebe que "<em>o que estávamos fazendo era completamente feio."</em> (ANDRADE, 1999, p.21) <br />
No momento o protagonista não entendeu aquele olhar, apenas quando cresceu e adquiriu experiência sobre o erótico é que descobriu a sua significação. Que a Tia condenava pecaminosa a ação das crianças porque o mundo dos adultos é cheio desses "pecados". Mundo dos adultos porque o próprio Juca afirma que suas ações eram inocentes e que só deixaram de ser a partir do olhar de reprovação da Tia.<br />
<br />
<em>"Maria estava na porta, olhando pra mim, se rindo toda, vestida de preto. Olhem: eu sei que a gente exagera em amor, não insisto. Mas se eu tive a sensação da vontade de Deus, foi ver Maria assim, toda de preto vestida, fantasticamente mulher</em>." (ANDRADE, 1999, p. 25).<br />
<br />
Maria representa a figura erótica e profana e Juca deixa-se levar pelo pensamento pecaminoso: "<em>Um segundo me passou na visão devorá-la numa hora estilhaçada de quarto de hotel, foi horrível</em>." Porém, mais uma vez o personagem é tomado pela consciência religiosa que o leva à auto-condenação por causa dos seus pensamentos. <br />
<br />
Quanto ao papel erótico exercido por Maria, percebe-se que existe uma condenação quanto ao seu comportamento.Nesse processo de condenação do comportamento de Maria, tido como imoral, a presença da religiosidade exerce uma forte pressão, pois Maria e Juca vivem uma situação erótica, porém individualizada, o que é condenado pela igreja. <br />
<br />
Naquele silêncio que se prolongava, devido aos pensamentos de Juca. Maria disse: "_<em> Ao menos diga boa-noite, Juca</em>...!", Juca consegue dizer: <em>"Boa-noite Maria, eu vou-me embora... (...) Nunca mais vi Maria, que ficou pelas Europas, divorciada afinal (...). Mas dentro de mim, Maria... bom: acho que vou falar banalidade.</em>" (ANDRADE, p.25).<br />
<br />
Por mais que sentisse desejo de abraçar Maria, Juca correu com medo de seus próprios atos, como se a figura de Maria representasse o perigo. Mas nunca esquece de Maria que faz parte dos quatro amores eternos da sua vida. <br />
<br />
Na narrativa destacam-se <strong>três planos temporais</strong>: <br />
o primeiro, retrata <strong>o passado</strong>, marcado por verbos no imperfeito do indicativo, "estava", "era", etc.; <br />
o segundo plano que é narrado em <strong>pretérito perfeito</strong>, dá à narração um cunho histórico, "veio", "ficou", etc.; <br />
e o terceiro plano, na ordem temporal do narrador, utiliza-se o <strong>presente do indicativo</strong>, traduzindo a consciência do fazer literário, "Acho que", "vamos por ordem". <br />
<br />
<strong>O espaço é restrito</strong>, quando crianças, os fatos ocorrem na casa da Tia Velha e no segundo momento, sala da casa dos pais de Maria. Alguns conflitos e passagens que aparecem no conto, de acordo com afirma Moisés, "o que importa num conto é aquela(s) personagem(ns) em conflito, não a(s) dependente(s); o espaço onde o drama se desenrola, não os lugares por onde transita a personagem, e assim por diante." (MOISÉS, 2006, p.49). Daí a irrelevância da vida de Maria na Europa em contrapartida com o reencontro entre ela e Juca. <br />
<br />
Em Vestida de Preto Mário de Andrade, assim como em outras narrativas de Contos Novos, trabalha com <strong>aspectos introspectivos, uma vez que o conflito se localiza na mente do narrador-personagem, conflitos iniciados na infância e que retornam na adolescência</strong><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: Arial; font-size: 9pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">Fonte: <a href="http://www.webartigos.com/articles/4342/1/Analise-Do-Conto-Vestida-De-Preto-De-Mario-De-Andrade/pagina1.html#ixzz1CpLYzifz"><span style="color: #003399;">http://www.webartigos.com/articles/4342/1/Analise-Do-Conto-Vestida-De-Preto-De-Mario-De-Andrade/pagina1.html#ixzz1CpLYzifz</span></a></span> <br />
<span style="color: black; font-family: Arial; font-size: 9pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;"></span> <br />
<span style="color: black; font-family: Arial; font-size: 9pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;"><strong>Recadinho :</strong></span> <br />
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: black; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">Espero que tenham gostado de "Vestida de Preto"!</span> </span><br />
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: black; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">Observem que uma boa história é a que acontece no cotidiano de qualquer um de nós e vai depender do narrador transformá-la em um texto especial.</span> </span><br />
<span style="color: black; font-family: Times, "Times New Roman", serif; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">Você já pensou em escrever sobre algo que lhe aconteceu e que mereça ser registrado?</span><br />
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Pense nisso!</span><br />
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: black; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">Beijo.</span> </span><br />
<span style="color: black; font-family: Arial; font-size: 9pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;"></span> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><span style="color: black; font-family: Arial; font-size: 9pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">Vem aí...A CAUSA SECRETA.</span>GizeldaNoghttp://www.blogger.com/profile/12383600585121849358noreply@blogger.com0