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domingo, 13 de junho de 2010

Finalizando..." a revolução é uma pátria e uma família.”


Capitães da areia.

Os Capitães da Areia são um grupo de meninos de rua. O livro é dividido em três partes. Antes delas, no entanto, via-se uma sequência de reportagens e depoimentos, explicando que os Capitães da Areia é um grupo de menores abandonados e marginalizados, que aterrorizam Salvador. Os únicos que se relacionam com eles sem considerá-los bandidos são Padre José Pedro e a mãe-de-santo, Don'Aninha.

A primeira parte:"Sob a lua, num velho trapiche abandonado" conta algumas histórias quase independentes sobre alguns dos principais Capitães da Areia (o grupo chegava a quase cem, mas tinha líderes). Pedro Bala, o líder, de longos cabelos loiros e uma cicatriz no rosto, uma espécie de pai para os garotos, mesmo sendo tão jovem quanto os outros, e que descobre ser filho de um líder sindical morto durante uma greve; Volta Seca, afilhado de Lampião, tem ódio das autoridades e o desejo de se tornar cangaceiro; Professor, lê e desenha , muito talentoso; Gato, com seu jeito malandro acaba conquistando uma prostituta, Dalva; Sem-Pernas, o garoto coxo serve de espião fingindo-se de órfão desamparado (e numa das casas a que vai é bem acolhido, mas trai a família , mesmo sem querer fazê-lo de verdade); João Grande, o "negro bom" como diz Pedro Bala, segundo em comando; Querido-de-Deus, um capoeirista amigo do grupo, que dá algumas aulas de capoeira para Pedro Bala, João Grande e Gato; e Pirulito, que tem grande fervor religioso. O apogeu da primeira parte é dividido em, quando os meninos se envolvem com um carrossel mambembe que chegou na cidade; e quando a varíola ataca a cidade, matando um deles, mesmo com Padre José Pedro tentando ajudá-los e se indo contra a lei por isso.O homossexualismo é comum no grupo, mesmo que em dado momento Pedro Bala tente impedi-lo de continuar.Todos eles costumam "derrubar negrinhas" no areal,bebem, fumam como se fossem adultos.

A segunda parte :"Noite da Grande Paz, da Grande Paz dos teus olhos",é uma história de amor. A menina Dora torna-se a primeira "Capitã da Areia".Mesmo que inicialmente os garotos tentem tomá-la a força, ela se torna mãe e irmã para todos. Professor e Pedro Bala apaixonam-se por ela, e Dora se apaixona por Pedro . Quando Pedro e ela são capturados (pois em pouco tempo passa a roubar como um dos meninos), eles são muito castigados, respectivamente no Reformatório e no Orfanato. Quando escapam, muito enfraquecidos, se amam pela primeira vez e ela morre de febre, marcando o começo do fim para os principais membros do grupo.

"Canção da Bahia, Canção da Liberdade", a terceira parte, vai nos mostrar a desintegração dos líderes do grupo. Sem-Pernas se mata antes de ser capturado pela polícia -que odeia; Professor parte para o Rio de Janeiro para se tornar um pintor de sucesso, entristecido pela morte de Dora; Gato torna-se uma malandro de verdade, abandonando sua amante Dalva, e passando por ilhéus; Pirulito consegue seguir a vocação religiosa,tornando-se frade; Padre José Pedro finalmente recebe uma paróquia no interior, e vai para lá ajudar os desgarrados do rebanho do Sertão( cangaceiros); Volta Seca torna-se um cangaceiro do grupo de Lampião e mata mais de 60 soldados antes de ser capturado e condenado; João Grande torna-se marinheiro; Querido-de-Deus continua sua vida de capoeirista e malandro; Pedro Bala, cada vez mais fascinado com as histórias de seu pai sindicalista, vai se envolvendo com os doqueiros e finalmente os Capitães de Areia ajudam-no em uma greve. Pedro abandona a liderança do grupo, mas antes os transforma numa espécie de grupo de choque. Assim deixa de ser o líder dos Capitães de Areia e torna-se um líder revolucionário comunista procurado pela polícia em vários estados.

2 comentários:

  1. Li o livro já lá vão uns valentes anos. Na altura tocou-me de tal forma que foi referência para muitas conversas. Os tempos mudaram e, embora continue a haver capitães da areia, eles agora utilizam outras armas para o seu desespero.

    Beijo

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  2. Obrigada, AC...

    Realmente, é um texto imperdível, porque real.E as armas são, senão piores, mais letais, com certeza.

    Bjs

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